Área de CT do Flu tem casa noturna de boleiros ao lado e clima rural

As obras ainda não começaram e é necessário um pouco de imaginação para visualizar campos e toda a estrutura do futuro CT do Fluminense. Mas o terreno localizado em Jacarepaguá, próximo à avenida Ayrton Senna, já é alvo de estudos da equipe das Laranjeiras. O solo pantanoso exige uma construção cuidadosa e, enquanto engenheiros avaliam a melhor solução, o tricolor busca parceiros para financiar metade da obra. A outra parte, de cerca de R$ 6,5 milhões, será bancada pela Brahma.

O UOL Esporte esteve no local e constatou um contraste entre o clima rural e a modernidade da região. O terreno de 39 mil m² fica atrás da Escola SESC de Ensino Médio, com mato alto e fechado, sem comércios e poucas vias de acesso. Apenas uma pequena estrada - que é de terra no início - , leva ao local. Animais criados por moradores de uma comunidade próxima pastam nos espaços descampados. Até mesmo a ossada de alguns deles pode ser vista onde futuramente será erguida a estrutura tricolor (veja fotos abaixo).

O terreno foi cedido oficialmente pela Prefeitura do Rio de Janeiro no final de março, pelo período de 50 anos, prorrogável pelo mesmo período. A região do futuro CT também é utilizada por moradores próximos como depósito de lixo e entulho. Segundo eles, a coleta não é realizada com regularidade pelo município. Outra queixa é a falta de asfalto e iluminação pública em algumas ruas da comunidade.

O clima rural, porém, muda radicalmente do outro lado da movimentada avenida Ayrton Senna. Ali, separado pelo rio Arroio Fundo, fica a badalada casa de shows Barra Music, favorita dos jogadores de futebol. É praticamente impossível não encontrar algum boleiro carioca nas apresentações do cantor Naldo e do grupo Revelação. 

Solo pantanoso
Apesar de valorizada, a região próxima à Barra da Tijuca é de construção complicada pelo solo. A CBF desistiu de erguer seu centro de treinamento, que seria próximo ao antigo autódromo de Jacarepaguá, por conta de problemas no terreno. O SESC, localizado na parte da frente de onde será o CT tricolor, também teve dificuldades para erguer sua estrutura, conforme explica José Marques Ferreira Vicente, gerente de Engenharia e Manutenção do colégio.

"O SESC optou pela solução técnica de cravação de estacas, com capitéis e geogrelha, formando uma malha de 2,6 m x 2,6 m. Esta solução permitiu que as obras civis da Escola fossem executadas sem atraso para o início das aulas de 2008. Este objetivo foi atingido. Há várias soluções técnicas para resolver o problema do solo pantanoso. É necessária a contratação de um engenheiro geotécnico que  irá  estudar a forma mais conveniente sob o ponto de vista técnico e econômico. Dependendo da solução técnica dada ao solo, as obras civis podem demorar mais de um ano para iniciar", explicou.

O Fluminense não quis entrar em detalhes sobre o atual estágio do projeto e, através de sua assessoria de imprensa, disse que não deseja se manifestar sobre a construção do CT neste momento. Inicialmente, o time das Laranjeiras tentaria uma verba maior com a Brahma para começar a construção, mas a parceira vetou investir mais dinheiro. A área terá um campo oficial e outro de dimensões menores, alojamento para os jogadores, piscina e sala de musculação.