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Dedé admite pressão do Vasco por venda: "Me senti como uma mina de ouro"

Dedé diz que atraso no salário dos funcionários do Vasco era sua principal preocupação - Bia Figueiredo/vasco.com.br
Dedé diz que atraso no salário dos funcionários do Vasco era sua principal preocupação Imagem: Bia Figueiredo/vasco.com.br

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/04/2013 11h34

O adeus do zagueiro Dedé ao Vasco foi marcado pela emoção. O ex-jogador do Cruzmaltino revelou que sua saída de São Januário foi motivada em grande parte pelos problemas financeiros do clube. Com tom de lamentação, o atleta ressaltou que não teve chance de negociar a possibilidade de ficar. Em seguida, falou de forma crítica ao destacar ter sentido pressão para ser vendido e ser tratado como “mina de ouro” pelos dirigentes. O Vasco aceitou proposta do Cruzeiro e vendeu Dedé por R$ 14 milhões nesta quarta-feira.

“O Vasco estava precisando de fazer a negociação de algum atleta. Falaram que era eu, e sabia que até o fim do ano poderia acontecer. Senti a pressão, sim. Me senti como uma mina de ouro que poderia, ao menos, clarear a escuridão que estava ali”, ressaltou Dedé. O zagueiro revelou que, se percebesse um interesse dos cartolas, agiria para rejeitar mais uma proposta e ficar no Vasco. “Dessa do Cruzeiro não tentei, não. Não tive escolha. Achei que poderia pensar numa possibilidade de ficar, mas preferi nem fazer isso”.

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De acordo com o zagueiro, a despedida serve para amenizar a situação financeira difícil que o Vasco vive atualmente. Dedé ressalta que o atraso nos salários dos funcionários do Vasco era a sua principal preocupação.

“É difícil ver os trabalhadores mais simples, que gostava muito, sofrendo. O pessoal com salário mínimo precisava que alguma coisa mudasse. Fiquei com o coração partido, mas vi que era para o bem”, completou Dedé.

Dedé acertou na última quarta-feira sua ida ao Cruzeiro. O Vasco receberá 5,5 milhões de euros (cerca de R$ 14 milhões) por 45% dos direitos econômicos do zagueiro. Além disso, o clube mineiro cederá jogadores por empréstimo. O meia Alisson é um dos que já fecharam com o time de São Januário, enquanto Wellington Paulista pode ser o próximo atleta envolvido no negócio.

Dedé diz que também sentia dificuldades com os salários atrasados no Vasco e destaca que conversava com os jogadores mais jovens do clube para evitar ciúmes. "Não cheguei a ganhar salário em dia. Não foi muito diferente dos outros. Só não deixavam três meses atrasados para evitar processos. Me incomodava de ver alguns que necessitavam, como os da base, não receberem. O que me confortava é o que eles passavam para mim essa situação. E procurava conversar com eles para que não me olhassem com outros olhos", revelou o zagueiro.

O assédio do Corinthians foi assunto na entrevista. Dedé disse que não teria medo de enfrentar um desafio em São Paulo, mesmo com a forte concorrência que enfrentaria para ser titular. "Não teria medo de nada. Se fosse para o Corinthians, iria respeitar a todos, mas buscaria meu espaço como titular. Me entregar ao máximo. O Corinthians tem um elenco muito forte, com uma defesa muito segura. Mas isso não pesou", complementou o "Mito".

Por fim, o zagueiro destacou estar feliz com a negociação finalizada com o Cruzeiro. "Eles chegaram de uma forma que mexeu com a minha cabeça. Estão fazendo o máximo possível para me agradar. Terei que chegar lá e fazer algo de diferente também", ressaltou Dedé, que espera adaptação fácil em Belo Horizonte. "Quando o cara vai sem medo, ajuda a se ambientar das coisas. O começo já está sendo bastante proveitoso. Parece que farão um trabalho legal em relação ao marketing. Só acho que o Vasco deu muito mole com essa situação [projetos de marketing]", lamentou Dedé, mais uma vez.

DEDÉ AGRADECE AO CORINTHIANS POR VALORIZAÇÃO MESMO EM FASE RUIM

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