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Paraguaio Nicolás Leóz deixa Fifa e põe cargo na Conmebol à disposição

Nicolas Leoz, é abraçado pelo presidente corintiano Mário Gobbi  - REUTERS/Mario Valdez
Nicolas Leoz, é abraçado pelo presidente corintiano Mário Gobbi Imagem: REUTERS/Mario Valdez

Do UOL, em São Paulo

23/04/2013 14h33

O paraguaio Nicolas Leoz anunciou em entrevista nesta terça-feira que renuncia ao cargo no comitê executivo da Fifa e que pretende deixar também a presidência da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) na próxima semana. Seu cargo estará à disposição das federações nacionais na próxima terça-feira, dias 30 de abril, quando provavelmente decidirão pela sua saída do comando do futebol sul-americano O dirigente de 84 anos passou pela quarta cirurgia do coração em dezembro.

“Eu me sinto muito feliz, porque estou me aposentando com a tranquilidade e conhecimento de ter feito um trabalho honesto e sincero. Colocarei meu cargo na Conmebol à disposição no dia 30 em reunião com os presidentes das federações nacionais”, falou Leoz. "Mentalmente, me sinto muito bem. O problema é realmente físico. Cheguei em uma idade que devo deixar a vaga para mais jovens."

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  • A carreira do paraguaio Nicolás Leóz foi marcada por acusações de desvio de dinheiro e bizarrices. Entre elas, estava a distribuição de chaveirinhos de seu clube de coração Libertad, um pedido de título de cavaleiro britânico em troca de um voto, o seu cabeço acaju e o mandato vitalício na entidade.

Ou seja, na próxima terça-feira, os presidentes de federações nacionais vão confirmar se aceitam a saída de Leóz. O presidente da CBF, José Maria Marin, e Marco Polo Del Nero, do comitê executivo da Fifa, estiveram no Paraguai e devem estar presentes na próxima terça-feira.

Segundo o secretário executivo da Conmebol, Francisco Brítez, há muitos cartolas interessado no cargo de presidente. Ou seja, dificilmente, a renúncia do paraguaio não será aceita. O site da Conmebol afirmou que tudo será decidido no dia 30 de abril. 

A Fifa se manifestou por meio de uma carta oficial onde reconhece a saída do paraguaio de seu comitê e da Conmebol. “A Fifa tomou conhecimento da renúncia formal de Nicolas Leoz como membro do comitê executivo da Fifa e presidente da Conmebol para a saúde e razões pessoais”, diz comunicado da entidade máxima do futebol.

Leóz presidia a entidade desde 1986. Quem deve assumir o cargo será o vice-presidente, o uruguaio Eugenio Figueiredo. Mas há a possibilidade de uma eleição. 

Antes de chegar à presidência da Conmebol, o cartola foi presidente da Confederação Paraguaia de Basquete, presidente da Associação Paraguaia de Futebol e dirigiu o Libertad, clube da primeira divisão de seu país.

Acusação de suborno

Em janeiro deste ano, a revista francesa France Football fez matéria em que acusa Leoz de ter recebido suborno em 2010 para votar no Qatar como sede da Copa do Mundo de 2022, país que acabou sendo escolhido.

"Que alguém tenha me oferecido sequer um centavo, não é verdade, jamais. De modo que, se querem abrir um julgamento, me parece fantástico. Não tenho nenhum problema, pelo menos da minha parte estou aberto a qualquer investigação", disse o dirigente, ao se defender na época.

A eleição se celebrou em outubro de 2010, e Qatar ganhou com votos de 14 dos 22 membros do comitê da Fifa, se impondo sobre Estados Unidos, que era considerado para ser a sede de uma das competições mais importantes do mundo pela segunda vez.

Um pouco depois da vitória de Qatar, o ex-vice-presidente da Fifa, o trinitino Jack Warner, fez correr o rumor de que Leoz havia sido um dos membros do comitê que recebeu US$ 20 milhões por parte do Qatar para dar voto favorável, informou a agência alemã de notícias DPA.