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Ao renunciar, Leóz terá direito a aposentadoria da Fifa até 101 anos

Presidente da Conmebol, Nicolas Leoz, discursa durante o sorteio da Copa Libertadores de 2013 - AP Photo/Cesar Olmedo
Presidente da Conmebol, Nicolas Leoz, discursa durante o sorteio da Copa Libertadores de 2013 Imagem: AP Photo/Cesar Olmedo

Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

24/04/2013 06h00

Ao renunciar à Fifa (Federação Internacional de Futebol), por alegados problemas de saúde, Nicolás Leóz terá direito a uma aposentadoria da Fifa até os 101 anos. Isso é o que está previsto nas regras de pensão da entidade para ex-membros do Comitê Executivo. O dirigente enfrentava acusações de corrupção nos casos ISL e da escolha da Copa do Qatar 2022.

Desde 2005, a cúpula da Fifa criou um fundo de pensão para seus próprios integrantes. Foi feito um aporte inicial de 12,5 milhões de francos (R$ 26,5 milhões)  suíços. A partir daí, os cartolas passaram a contribuir para esse montante. Atualmente, há um pouco menos de dinheiro disponível: são US$ 14,035 milhões (R$ 28 milhões) no fundo para os cartolas.

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  • A carreira do paraguaio Nicolás Leóz foi marcada por acusações de desvio de dinheiro e bizarrices. Entre elas, estava a distribuição de chaveirinhos de seu clube de coração Libertad, um pedido de título de cavaleiro britânico em troca de um voto, o seu cabeço acaju e o mandato vitalício na entidade.

"Um pagamento anual será feito a todos os membros do Comitê Executivo de longo tempo que se aposentarem", afirmou o relatório financeiro da Fifa/2012. "Sob o plano de aposentadoria, os membros do Comitê Executivo recebe os pagamentos de pensão se eles serviram como membros do comitê por pelo menos oito anos ou mais."

Ainda pelas regras, os cartolas têm direito a receber o dinheiro pelo período máximo de anos em que esteve no cargo. Leóz entrou na cúpula da Fifa em 1998. Ou seja, ficou nesta posição por 16 anos incompletos. Os pagamentos serão anuais e começarão a ser feitos um ano após o anúncio da aposentadoria. Antes disso, eles continuam a receber salários proporcionais a seus serviços.

No próximo ano, o presidente da Conmebol terá 85 anos. Isso significa que ele terá direito de receber a pensão da Fifa até 101 anos se sobreviver até lá. Questionada sobre a pensão de Leóz, a Fifa não respondeu ao UOL Esporte até o final de terça-feira se ele de fato vai receber o dinheiro. Mas, a não ser que ele rejeite os recursos, ele tem direito.

Outro que renunciou à cúpula da Fifa, em 2012, Ricardo Teixeira teve direito ao benefício, que receberá até os 82 anos. O valor depende de quanto tempo o dirigente ficou na cúpula do futebol. É menor do que os vencimentos dos membros ativos. Informações de ex-membros do comitê dizem que o valor dos ativos varia entre pouco abaixo de US$ 200 mil (R$ 400 mil) e US$ 280 mil (R$ 566 mil). A aposentadoria representa uma fatia desse total, que pode varia em torno de R$ 50 mil dependendo do tempo de serviço de cada executivo.