Brasileiro investe R$ 170 mi no futebol dos EUA e sonha em ter Kaká
O empresário Flávio Augusto da Silva se tornou recentemente o primeiro brasileiro a se tornar dono de um clube de futebol nos Estados Unidos e decidiu investir pesado para entrar na Major League Soccer (MLS), o campeonato de futebol do país e uma das ligas que mais cresce no mundo. Sócio majoritário do Orlando City, o empreendedor quer ver sua equipe no principal campeonato norte-americano e sonha alto com um reforço brasileiro, talvez até mesmo Kaká.
“Sonhar não custa nada, mas mesmo que fosse ele, não poderia confirmar nada. Eu conheço o Kaká, temos um bom relacionamento, mas não posso confirmar nada nesse sentido. Seria fantástico, assim como um Ronaldinho Gaúcho. Queremos um reforço deste nível”, disse Flávio em entrevista para o UOL Esporte por telefone, de Barcelona.
O meia do Real Madrid é o garoto propaganda da Wise Up, rede de escolas de idiomas criada por Flávio, e seu contrato com o time espanhol vai até junho de 2015. Uma transferência para o futebol norte-americano já foi cogitada até pelo irmão de Kaká, Digão, e pelo presidente do Los Angeles Galaxy, um dos interessados.
Mas para o sonho de Flávio, torcedor do Flamengo, se tornar realidade, um longo caminho ainda tem que ser percorrido. O Orlando City, criado em 2010, disputa atualmente a USL Pro, considerada a segunda liga em importância no país, mas já há uma negociação para que o clube de Orlando faça parte da MLS.
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Para isso, é necessária a construção de um estádio com capacidade para 25 mil pessoas e o pagamento de uma “taxa” para adquirir uma franquia, única forma para entrar na liga. No total, o investimento será de cerca de 165 milhões de dólares (R$ 330 milhões), sendo 110 milhões (R$ 220 milhões) para o estádio e 55 milhões (R$ 110 milhões) para a entrada da MLS.
Orlando City foi campeão da USL Pro em 2011 e briga pelo título na atual temporada
Deste montante, o empresário brasileiro arcará com cerca de 85 milhões de dólares (R$ 170 milhões), sendo 30 milhões de dólares para pagar parte do estádio e o restante para colocar o Orlando City na MLS.
ISTO É A MLS
19
times
são divididos em duas Conferências
10
times
se classificam aos playoffs do torneio, cinco de cada Conferência
18.807
torcedores/jogo
foi a média da temporada 2012
US$15 a 80
em média
é o preço dos ingressos da MLS
7
meses
dura a temporada: de março a outubro, quando ocorre a final
Silva pode se dar ao luxo de investir em um time que ainda não está na MLS -a aquisição foi feita em fevereiro - e acompanhar todo o processo de criação, pois o que não lhe falta é dinheiro. O empresário fundou a Wise Up, rede de franquias de escolas de inglês, que foi vendida nem fevereiro desse ano por R$ 877 milhões para o grupo Abril Educação.
“Morei por três anos em Orlando e vi o interesse crescente que o futebol tem entre as crianças e, principalmente, entre os pais delas. Ai meu lado empreendedor falou mais alto e decidi investir”, contou.
O terreno onde ficará a arena está comprado e fica próximo ao Amway Arena, onde o Orlando Magic mandam seus jogos na NBA.
A ideia de Flávio é transformar o Orlando City em uma atração para os milhares de brasileiros que visitam a cidade por conta dos parques de diversões e para começar a divulgar o time no país está marcado um amistoso contra o Fluminense, no dia 22 de junho.
Orlando City venceu 5 mil carnês em 2013 e costuma levar até 15 mil torcedores em jogos decisivos
A participação do empresário no futebol brasileiro está restrita ao patrocínio da Wise Up à Copa do Mundo de 2014. Torcedor fanático do Flamengo, Flávio explica que o modelo de gestão dos clubes brasileiros impede um investimento parecido.
“O Flamengo não está à venda. A estrutura do futebol brasileiro é diferente e só investir em jogador é algo menor. Estamos falando de algo grande, clube, arena, algo mundial. E jogadores nós formaremos naturalmente. No Brasil a estrutura é muito política, é dinheiro meu que está sendo investido. Tem que dar lucro, tem que crescer e ser próspero”, disse.
Além do investimento no Orlando City, o empresário também planeja ganhar mais dinheiro com o futebol. Silva estuda a criação de uma rede de franquias de escolas para treinar futuros atletas. Segundo ele, os Estados Unidos não possuem escolas profissionais e há capacidade para pelo menos 1 000 unidades no país.
SUCESSO, "EXPERIÊNCIA BECKHAM" TURBINOU PÚBLICO DO SOCCER NOS EUA
Na MLS, há um consenso: os cinco anos que o astro David Beckham passou jogando no Los Angeles Galaxy, da Califórnia, foram essenciais para o crescimento do público do soccer no país. O inglês chegou aos EUA em 2007, e fez várias grandes empresas, como AT&T, Visa, Volkswagen e Microsoft firmarem acordos de patrocínio com o torneio e com os clubes. Canais de TV e estações de rádio também tomaram gosto pela competição, que ganhou novos apoiadores. LEIA MAIS
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