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'Garoto-problema' e talismã do Porto, Kelvin sofre para tirar habilitação

Kelvin, de apenas 19 anos, virou o talismã do Porto após marcar no clássico - MIGUEL VIDAL/REUTERS
Kelvin, de apenas 19 anos, virou o talismã do Porto após marcar no clássico Imagem: MIGUEL VIDAL/REUTERS

Lucas Tieppo

Do UOL, em São Paulo

14/05/2013 06h00

O Porto está perto de mais um título português e a possibilidade de levantar o troféu pela 27ª vez se deve em grande parte ao jovem Kelvin, atacante brasileiro de apenas 19 anos. Mas ao mesmo tempo que a revelação ex-Paraná tem estrela para fazer gols em momentos decisivos, o garoto também coleciona algumas polêmicas na curta carreira.

Recentemente, Kelvin ficou um jogo fora do time A do Porto após se revoltar por ter sido substituído em uma partida do Porto B e chutado as garrafinhas de água do técnico Rui Gomes e a bolsa do fisioterapeuta na saída do gramado. “Agi de cabeça quente e me desculpei com o treinador”, lembrou.

Fora de campo, foi pego dirigindo sem carteira de motorista na mesma semana do episódio de rebeldia e terá de doar uma quantia em dinheiro para uma instituição de caridade como punição.

 
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MAIS POLÊMICA NO PARANÁ E ELOGIOS E INTERESSE DE FELIPÃO EM 2011

  • Kelvin fez apenas 12 jogos e dois gols pelo Paraná na Série B de 2010 e logo despertou o interesse do Porto. Com a proposta, o atacante decidiu que aceitaria ir para a Europa com apenas 17 anos, mas o time paranaense não aceitou o negócio de forma tranquila. Por isso, o jogador ficou dois meses treinando afastado até que a negociação fosse fechada em R$ 4,7 milhões, mais 10% de uma futura transferência.
    “O Porto veio com tudo para me contratar e eu decidi sair. O Paraná não quis de primeira, mas depois tudo deu certo”, disse.
    Enquanto ficou parado em 2011 surgiu o interesse de Luiz Felipe Scolari, então treinador do Palmeiras, no seu futebol. Porém, o negócio não evoluiu por conta da negociação com o Porto.
    “O Palmeiras e o Atlético-MG fizeram propostas, mas já tinha contrato acertado. Mas vi que o Felipão me elogiou e isso serviu de incentivo.”

Para evitar novos problemas com a polícia da cidade do Porto, Kelvin realizou na última segunda-feira a prova para tirar a habilitação, mas o atacante parece ainda não ter ao volante a mesma habilidade que mostrou ao marcar nos acréscimos o gol da vitória do Porto por 2 a 1 no clássico contra o Benfica no último sábado.

“Não passei na prova. Estava muito difícil. Só pode ter três erros e eu tive cinco”, disse Kelvin em entrevista ao UOL Esporte.

Aos risos, o atacante revelado pelo Paraná na disputa da Série B de 2010 arriscou uma justificativa. “Olha, acho que o instrutor era torcedor do Benfica (risos). Se fosse do Porto ele me passaria”, brincou.

Kelvin promete praticar mais para passar na próxima avaliação ao volante, mas dentro de campo ele carimbou sua presença no elenco principal do Porto ao dar a vitória ao time no clássico. Segundo a imprensa portuguesa, o atacante evitou um novo empréstimo com o gol contra o Benfica.

“Estou muito feliz, não tenho nem como explicar o momento que estou vivendo. A ficha ainda não caiu, mas ninguém ainda me falou sobre a próxima temporada, mas espero ficar. Quero jogar cada vez mais”, disse.

Kelvin foi contratado em junho de 2011 junto ao Paraná por R$ 4,7 milhões e logo foi emprestado par ao Rio Ave para a temporada 2011/12, onde fez 22 jogos e nenhum gol. Depois de se adaptar ao futebol português, o atacante ganhou mais chances no time principal, mas não empolgava o técnico Vitor Pereira e um novo empréstimo era cogitado.

Tudo começou a mudar quando Kelvin entrou aos 35min do segundo tempo contra o Braga em abril. Com o jogo empatado por 1 a 1, O atacante marcou dois gols em três minutos e deu a vitória por 3 a 1. Mas ai houve a polêmica no Porto B e um jogo de gancho no time principal contra o Nacional.

O retorno aconteceu justamente contra o Benfica, quando teve mais uma vez dez minutos para resolver. E resolveu com o gol aos 46min e fez o time ultrapassar o rival na tabela (75 pontos a 74 com apenas mais uma rodada).

“Parei e refleti. Me arrependi de chutar a garrafa, foi no momento do jogo. Depois na mesma semana fui pego pela polícia. Foi uma semana meio complicada, mas vou aprender com os meus erros”, finalizou.