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WTorre busca saída para encaixar estádio do Palmeiras na Lei Cidade Limpa

Perspectiva de fachada da Nova Arena que será batizada pela Allianz - Divulgação
Perspectiva de fachada da Nova Arena que será batizada pela Allianz Imagem: Divulgação

Danilo Lavieri e Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

17/05/2013 06h00

A Lei Cidade Limpa de São Paulo continua dando dor de cabeça à WTorre e ao Palmeiras. A construtora ainda não sabe como fará para inserir o nome da Allianz – que adquiriu os naming rights da Arena por R$ 300 milhões – na fachada do estádio, para manter o padrão que a seguradora utiliza em todas as arenas que patrocina ao redor do mundo.

Rogério Dezembro, diretor de novos negócios da WTorre e responsável pela Arena, admitiu a preocupação com o assunto e revelou ao UOL Esporte que a empreiteira contratou um escritório de arquitetura para estudar o caso e apresentar três opções dentro de no máximo 40 dias. Então, o projeto será submetido à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) para aprovação.

“Estamos no meio do estudo, então não tem nada conclusivo ainda. Baseado no que a lei permite, vamos apresentar um projeto e submeter à comissão, até para não ter risco de ter problema depois de feito”, explicou o executivo.

Em fevereiro deste ano, o prefeito Fernando Haddad (PT) promoveu uma alteração nas regras da Lei Cidade Limpa, abrindo exceções para alguns estabelecimentos. Teatros e museus podem expor informações sobre sua programação e espetáculos em banners ou pôsteres com largura máxima de 1,2m.

A ideia inicial da WTorre era se aproveitar dessa brecha para inserir o naming rights da Allianz na parte de fora do estádio e, assim, manter o padrão que o patrocinador exige no mundo todo. Como a Arena será um espaço multiuso, que abrigará shows e diversos eventos, além do futebol, a esperança da construtora era obter uma licença especial.

No entanto, segundo apurou o UOL Esporte, esse expediente não será aceito pela Comissão da CPPU.  O órgão entende que “o acordo entre o Palmeiras e a Allianz é considerado um tema diferenciado, não previsto explicitamente na Lei Cidade Limpa”. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Comissão da CPPU afirmou que a exceção feita a teatros e museus “não se aplica” ao caso em questão.

Dada a dificuldade de encontrar uma brecha na lei, até mesmo a hipótese de colocar o nome do patrocinador apenas dentro do estádio já foi considerada, embora seja a última alternativa na visão dos executivos de ambos os lados. Ainda assim, o nome precisaria ficar localizado a mais de um metro de qualquer abertura ou vedo transparente, conforme determina a lei.

"Se houver esse problema, vamos buscar a prefeitura para tentar uma licença especial, já que não há outro empreendimento parecido na cidade. Se a resposta for negativa, temos outras alternativas, como inserir o logo e o nome na parte interna da Arena”, afirmou Paulo Remy, vice-presidente do Conselho de Administração da WTorre, no anúncio oficial da parceria com a Allianz.

A Arena deve ser entregue apenas em janeiro ou fevereiro de 2014 e acabará com um valor que vai beirar os R$ 500 milhões, superando em R$ 200 milhões a conta inicial, que chegou a ser de R$ 300 milhões e, até o início desta temporada, estava estimada em R$ 350 milhões. A previsão inicial de término da obra também acabou não cumprida, já que o estádio seria entregue no segundo semestre de 2013.

A Allianz pagou R$ 300 milhões para dar o nome ao estádio palmeirense por 20 anos. A tendência é que esse vínculo seja renovado por mais 10 anos, que é o prazo que a WTorre terá controle da casa alviverde. O nome do estádio será escolhido por meio de votação popular. As opções são Allianz 360, Allianz Parque e Allianz Center. A votação ficará aberta até o próximo dia 20. O hotsite da eleição está hospedado no Facebook.

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