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Advogado da família de Kevin pede R$ 450 mil para ajudar corintianos presos, acusa revista

Dinheiro faria com que advogado boliviano facilitasse libertação de presos - Reuters
Dinheiro faria com que advogado boliviano facilitasse libertação de presos Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

20/05/2013 09h03

A revista Isto É apresentou na edição desta semana uma suposta cobrança financeira feita pelo advogado da família de Kevin Espada para inocentar os 12 torcedores que estão presos desde fevereiro em Oruro. A publicação diz ter obtido áudio de conversas envolvendo Beltrán Espada, advogado da família boliviana, em que ele teria exigido US$ 220 mil (cerca de R$ 450 mil) para produzir petição destacando a inocência dos corintianos.

Kevin Espada foi morto em fevereiro, quando assistia da arquibancada ao duelo entre San José x Corinthians, em Oruro, pela Libertadores. Ele foi atingido no rosto por um sinalizador disparado por um torcedor corintiano não identificado.

A suposta gravação, segundo a Isto É, foi feita pelo advogado dos torcedores presos, Sérgio Marques, sem conhecimento de Beltrán Espada (que é tio de Kevin Espada). No encontro ocorrido na Bolívia, Beltrán teria proposto esquema ilegal para acabar com o processo.

“Beltrán abre o jogo de vez e pede dinheiro para contribuir com a soltura dos brasileiros: ‘Doutor, te digo com muita sinceridade. Se estamos buscando libertar os 12 torcedores, o caminho não é esse que estamos seguindo. Não é pela pressão política, não é um tema diplomático’, descreveu a Isto É.

“’Se não trabalharmos juntos, não iremos solucionar nem o problema da família de Kevin nem libertar os 12. Praticamente, o que propomos a vocês é acabar de vez com esse processo. Os familiares [do adolescente morto] buscam uma reparação material, civil, e isso poderia ser assumido pelo Corinthians’”, teria dito Beltrán a Sérgio Marques na gravação.

Para reforçar o suposto esquema idealizado pelo advogado boliviano, o primo de Kevin espada, Jonathan, assinaria o documento que seria incorporado ao processo de investigação.

Desde o momento em que os torcedores foram presos, o Corinthians informou que prestaria ajuda diplomática, mas se recusou a  contribuir financeiramente, mesmo após consultado pela Isto É sobre a suposto pedido financeiro levantado pelo advogado da família de Kevin Espada.

A defesa dos 12 torcedores presos reitera inocência e acrescenta que cinco dos corintianos detidos estavam fora do estádio no momento do disparo do sinalizador. Um torcedor menor de idade se apresentou à polícia brasileira dizendo ser o autor do disparo.

Ele reiterou culpa em encontro com promotores bolivianos que estiveram em abril em São Paulo para investigar o caso.