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Deco usará histórico e absolvição de C. Alberto em defesa de caso de doping

Deco foi pego no exame antidoping na partida contra Boavista, pela Taça Rio - Rossana Fraga/Photocamera
Deco foi pego no exame antidoping na partida contra Boavista, pela Taça Rio Imagem: Rossana Fraga/Photocamera

Renan Rodrigues e Vinícius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/05/2013 06h01

A defesa do meia Deco prega cautela, mas o armador do Fluminense ganhou um trunfo na última quarta-feira para o julgamento de seu caso de doping no TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro). A absolvição de Carlos Alberto, do Vasco, que testou positivo para Hidrocloratiazida (diurético que combate a hipertensão arterial) e Carboxi-Tamoxifeno (tipo de hormônio), mesmas substâncias do tricolor, será utilizada por sua defesa. A farmácia Silvestre forneceu o medicamento dos dois jogadores.

O luso-brasileiro contratou o escritório Bichara e Motta Advogados, além de contar com o suporte jurídico do Fluminense, na figura do advogado Mário Bittencourt. Apesar de não terem relação com a defesa de Carlos Alberto, todos estiveram no julgamento do vascaíno e fizeram anotações.

A estratégia para conseguir a inocência será semelhante: alegando contaminação nas vitaminas manipuladas. Além disso, a defesa de Deco apresentará documentos mostrando que o meia consume o produto há vários anos e nunca tinha tido problemas.

O resultado no julgamento de Carlos Alberto animou Bittencourt, já que os casos são semelhantes. A defesa de Deco foi entregue ao TJD na última quarta-feira e ainda não há data para a audiência.

"A defesa do Fluminense está sendo feita de modo a se adequar a do atleta, mas a defesa técnica dele é sigilosa, feita pelos advogados contratados por ele. A absolvição do Carlos Alberto nos deixa mais confiantes, porque já temos um decisão do tribunal, no qual vai ser julgado, absolvendo um caso idêntico e isso nos dá confiança", disse o advogado tricolor.

Deco e Carlos Alberto mantém uma relação de grande amizade desde 2004, quando atuaram juntos no Porto-POR. As famílias dos jogadores se encontram em festas e churrascos. Pela internet, o meia do Fluminense comemorou a absolvição do colega vascaíno. 

“A vida nos põe a prova, mas ela é justa e Deus não falha!!! Parabéns irmão Carlos Alberto a verdade sempre prevalece......quem não deve não teme!! Abraço”, escreveu Deco por meio de sua conta no Facebook, que não utilizava desde o último dia 27 de março.

Mais cauteloso, o advogado Marcos Motta lembrou que existem semelhanças, mas também diferenças nos casos dos dois atletas. Um elemento importante no julgamento será o nível das substâncias no sangue de Deco, já que, se a presença for baixa, a probabilidade de contaminação da vitamina é alta. 

"Não muda absolutamente nada [na defesa]. Os casos têm semelhanças, mas têm diferenças também. As câmaras de julgamento são diferentes, será outra comissão. Mesmo antes do resultado do Carlos Alberto, independente disso, a expectativa é de provar a inocência do Deco, que ele seja absolvido", destacou Marcos Motta, sócio do escritório que defenderá Deco.

FILHA DE CARTOLA DA FERJ USA CASO DE CARLOS ALBERTO PARA DESABAFO

  • Vinicius Castro/ UOL

    O julgamento que culminou na absolvição do meia Carlos Alberto sobre o caso de doping na última quarta-feira foi marcado por uma série de curiosidades nos bastidores. Porém, o principal destaque foi a atuação da advogada do Vasco, Luciana Lopes. Com postura firme e deixando-se levar pela emoção, a profissional livrou o jogador de uma possível punição por dois anos e roubou a cena na audiência. Após o resultado, a filha de Rubens Lopes, presidente da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), teve uma crise de choro e aproveitou para desabafar contra as críticas e acusações de possível “apadrinhamento” no futebol carioca.

Flagrado com a substância furosemida (diurético), o nadador César Cielo também usou o argumento de contaminação em julgamento na CAS (Corte Arbitral do Esporte) e recebeu apenas uma advertência. Já o atacante Dodô não teve a mesma sorte e foi suspenso por dois anos pela instituição após alegar a chamada contaminação cruzada.

Deco pode ser suspenso por até dois anos com base no artigo 14 do Regulamento de Controle de Doping da Fifa. Caso receba uma punição muito longa, existe até a possibilidade do meia antecipar sua aposentadoria do futebol. Ele tem contrato com o Fluminense até o final de 2013, com possibilidade de extensão por mais uma temporada.

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