Gomes vira homem forte e abandona reclusão para gerir crises no Vasco
Ricardo Gomes é o novo homem forte do futebol do Vasco desde a última sexta-feira. Pouco mais de dois anos após comandar o time na conquista da Copa do Brasil, o profissional se prepara para abandonar a reclusão recente e gerenciar crises envolvendo o carro-chefe de São Januário. Inicialmente, assumir o posto de diretor executivo não estava nos planos de Gomes, que foi convencido por dirigentes, funcionários e membros da comissão técnica.
O diretor geral Cristiano Koehler será um suporte importante para Ricardo Gomes no início de trabalho na função. O dirigente cuidará dos assuntos extracampo em parceria com o diretor executivo de futebol. A parte técnica segue com a colaboração de Gomes junto ao treinador Paulo Autuori, um dos maiores incentivadores para o seu trabalho dentro do clube.
Ricardo Gomes não vinha concedendo entrevistas e pouco aparecia publicamente no dia a dia do Vasco. O trabalho como diretor técnico era quase 100% interno e em reuniões com Paulo Autuori. Agora, o último técnico a levantar uma taça pelo Cruzmaltino terá de resolver as crises comuns em um clube de futebol, assim como participar com intensidade das negociações e relacionamentos com a imprensa.
A quebra de padrão no trabalho de Ricardo Gomes não é vista como problema no Vasco. Entretanto, algumas reuniões serão realizadas para definir a metodologia do processo. Uma coletiva deve ser convocada para o início oficial da atuação do profissional como diretor executivo de futebol.
É a terceira função de Gomes em São Januário nos últimos dois anos. O período também foi marcado pelo AVC em agosto de 2011, além da atuação como diretor técnico no retorno ao clube no final de 2012 e a quase despedida em março deste ano.
VASCO FECHA COM CAIXA NOS MOLDES DO FLA E AGUARDA R$ 28 MILHÕES
O alívio financeiro do Vasco está próximo. Após longo período de receitas bloqueadas em razão de dívidas com órgãos federais, a administração Roberto Dinamite deu passo considerável para a entrada de aproximadamente R$ 28 milhões nos cofres de São Januário. O clube fechou acordo de patrocínio nos moldes do rival Flamengo com a Caixa Econômica Federal e aguarda apenas a sinalização positiva da Fazenda Nacional para fazer o anúncio. Apesar da “lei do silêncio” instaurada sobre o tema pelo diretor geral Cristiano Koehler, o clima é de total otimismo nos bastidores. A confirmação do acordo com a Receita Federal é esperada até o final do mês. Na sequência, o Cruzmaltino divulga as parcerias com a Caixa Econômica e com a montadora de automóveis Nissan.
Insatisfeito com o trabalho do então diretor René Simões e a demissão do ex-técnico Gaúcho, Ricardo Gomes colocou o cargo à disposição. A justificativa foi a quebra do acordo e a cobrança pelo pagamento de salários. Ele era carta fora do baralho, mas a chegada de Paulo Autuori o segurou em São Januário.
Os amigos sonhavam em trabalhar juntos. O “sim” de Ricardo Gomes aumentou a sua credibilidade no vestiário. A conduta no processo pós-demissão de Gaúcho e na briga pelos direitos dos atletas impressionaram os funcionários do departamento de futebol. Porém, a exposição o incomodou bastante em um momento delicado do Cruzmaltino.
Tanto que Ricardo Gomes pediu aos assessores do clube para sair de cena durante um tempo e não concedeu entrevistas. O diretor técnico raramente apareceu no gramado e atuou da forma mais discreta possível. Agora, o padrão começa a ser modificado. O profissional cogita voltar a trabalhar como treinador após a Copa de 2014, mas antes encara o principal desafio de uma história vitoriosa no Vasco.
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