Prefeitura planeja privatização e ajuda federal para bancar Pacaembu a partir de 2015
A Prefeitura de São Paulo elabora um plano para ‘salvar’ o Pacaembu, estádio que corre o risco de virar um elefante branco após a inauguração da nova arena do Corinthians, prevista para dezembro deste ano. O secretário municipal de Esportes, Celso Jatene, disse que procura parceria com empresas privadas e, caso a ideia não dê certo, cogita até pedir ajuda do Ministério do Esporte para custear a manutenção do equipamento.
“Se não aparecer [acordo com empresa privada], vamos buscar a parceria com o Ministério do Esporte para não deixar o Pacaembu degradar. Vamos tentar fazer o melhor possível”, explicou o secretário, em entrevista ao UOL Esporte.
O Corinthians irá deixar de sediar as suas partidas no Pacaembu assim que seu novo estádio construído em Itaquera estiver liberado para jogos oficiais. A expectativa é que isso ocorra no início de 2015, quando serão concluídas as mudanças que a arena sofrerá após ser utilizada na Copa do Mundo de 2014.
A ideia de Jatene e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é buscar uma empresa que aceite explorar o Pacaembu por 30 anos e injetar cerca de R$ 350 milhões na operação, quantia a ser aplicada em investimento e manutenção do complexo esportivo do local. O plano da prefeitura é de não investir um centavo sequer. Em troca, o ente privado ficaria com toda a receita gerada pelo estádio.
O secretário de Esportes diz querer transformar o Pacaembu “na maior arena poliesportiva do Brasil”, capaz de sediar eventos esportivos internacionais de esportes como MMA e tênis, além de ser palco de shows de grande porte.
“Três grandes eventos internacionais foram para o Ibirapuera por falta de opção: o Brasil Open, o UFC e a final da Superliga de vôlei feminino. Os três eventos foram para lá com espaço pequeno para o público. Se a gente tivesse essa arena nova do Pacaembu, com certeza ela abrigaria esses eventos”, acredita Jatene.
Para viabilizar o projeto, a prefeitura quer finalizar no segundo semestre o edital de concessão do novo Pacaembu, para fechar até junho de 2014, época da Copa do Mundo, a parceria com a iniciativa privada.
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O acordo entre as partes inicialmente seria feito no formato de concessão, mas a hipótese de uma Parceria Público Privada (PPP) ainda não está totalmente descartada.
A ideia de a empresa dar o nome ao empreendimento do Pacaembu, como o Palmeiras fez com a Allianz no novo Palestra Itália, também é cogitada, mas não está em estudo no momento. “Isso é mais ou menos o terceiro ou quarto capítulo desta história. Eu ainda estou tentando constituir o primeiro”, justificou o secretário.
Para viabilizar o Pacaembu novamente para shows, a prefeitura teria que dialogar com entidades como a Câmara dos Vereadores, a Associação Viva Pacaembu e o Poder Judiciário, para cancelar a norma que proíbe espetáculos deste tipo desde 2004.
“Acho que talvez tenhamos alguma resistência, o que faz parte do processo. É importante jogar de uma forma sempre transparente, não tomar atitudes que façam parte de uma caixinha de surpresa do tipo: 'você não falou, eu não sabia'.”
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