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Relatório de 2006 já apontava falha estrutural do Engenhão, diz jornal

Detalhe da cobertura do Engenhão, responsável pela interdição do estádio em março - Julio Cesar Guimarães/UOL
Detalhe da cobertura do Engenhão, responsável pela interdição do estádio em março Imagem: Julio Cesar Guimarães/UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/06/2013 09h52

Os problemas do Engenhão – que determinaram o fechamento do estádio e a sua interdição por 18 meses – são conhecidos desde 2006. De acordo com o jornal O Globo, relatórios feitos naquele ano pela Alpha Engenharia, responsável pelo projeto básico da cobertura, já apontavam falhas estruturais mesmo durante a construção. O documento destaca que a arena foi entregue para a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2007 com os mesmos problemas que definiram a decisão de interdição, tomada pela Prefeitura do Rio no dia 26 de março.

Os relatórios feitos desde 2006, de acordo com o diário, dão destaque às falhas na execução da obra, como por exemplo: peças mal colocadas e fora do padrão da estrutura, ligações com parafusos não instalados, peças não montadas, porcas não montadas, parafusos com cumprimentos insuficientes, peças empenadas e chapas torcidas.

“A estrutura do estádio é muito arrojada. Por isso, já naquela época, recomendávamos o reforço estrutural nas tesouras quando foram identificadas essas mesmas deformações”, disse Flávio D’Alambert, engenheiro que assinou os relatórios de 2006 e 2007.

A Alpha Engenharia recomendava, logo após a inauguração do Engenhão, um reforço estrutural para corrigir falhas encontradas nas alas Oeste, Leste e Sul. “Pedimos também que fosse feito um acompanhamento da cobertura e nos comunicassem. Isso nunca aconteceu. Não houve qualquer monitoramento de como veio se comportando essa estrutura. Em 2007, o estádio não apresentava risco algum e não precisaria ser fechado para a reforma”, comentou D’Alambert.

O engenheiro ressalta ainda que a obra feita “às pressas” resultou na necessidade de interdição neste momento. Ainda não há qualquer previsão de custo para a obra na cobertura. A Prefeitura do Rio pede aos consórcios – formado por Odebrecht e OAS, e Delta e Recoma – se organizem para que as obras necessárias sejam iniciadas imediatamente.

Com relação aos relatórios que indicavam falhas, a prefeitura reforça que acompanha a evolução da cobertura desde 2007 e ressalta que o erro foi de cálculo e não de execução da obra.

O Engenhão foi interditado no dia 26 de março. Segundo estudo da SBP, o estádio corria o risco de desabamento em caso de ventos acima de 63 km/h. Além disso, o comitê de engenheiros afirmou que a arena não oferece condições mínimas de segurança ao público.

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