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Empréstimo de Giovanni evidencia tática de Tite de priorizar mais experientes

Tite se hidrata durante jogo entre Corinthians e Botafogo, pelo Brasileirão - Fernando Donasci/UOL
Tite se hidrata durante jogo entre Corinthians e Botafogo, pelo Brasileirão Imagem: Fernando Donasci/UOL

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

12/06/2013 06h00

Desde que chegou ao Corinthians, no final de 2010, Tite montou um grupo forte com jogadores já experientes ou promessas vindas de outros times. O treinador alvinegro pouco utilizou os jovens formados nas categorias de base da equipe do Parque São Jorge. A saída do meia Giovanni para a Ponte Preta evidencia a teoria de que é difícil cruzar o caminho entre a base e o profissional no clube.

Giovanni  foi formado nas categorias de base do Corinthians e teve poucas oportunidades com Tite. Campeão da Copa São Paulo em 2012, foi promovido ao profissional. Fez 17 jogos e marcou dois gols. Além disso, participou do grupo campeão do mundo no Japão no final do ano passado. Ficará emprestado à Ponte preta até o final do ano.

Gastos com Pato e Renato Augusto fazem Corinthians puxar o freio nos reforços

  • O Corinthians está sob uma ordem de austeridade fiscal. Por isso, nenhum nome de peso deve ser contratado durante esta janela de meio de ano. O UOL Esporte apurou com integrantes da diretoria alvinegra que a medida foi planejada e é reflexo das altas cifras dispendidas nas contratações do atacante Alexandre Pato e do meio campista Renato Augusto, que chegaram no início do ano. O camisa 7 sozinho custou aos cofres alvinegros R$ 40 milhões, fato que se transformou na maior contratação da história do futebol brasileiro. Para repatriar Renato Augusto, por sua vez, o time do Parque São Jorge desembolsou cerca de R$ 10 milhões.

Atualmente, o Corinthians conta em seu elenco principal com 10 jogadores vindos das categorias de base: os goleiros Júlio César, Danilo Fernandes e Matheus; os laterais Denner e Igor; os zagueiros André Vinicius e Yago; os atacantes Léo e Paulo Victor. Nenhum deles é titular.

Destes, o que mais atuou foi Júlio César. Aos 28 anos, tem 141 partidas pelo clube e foi titular no título do Campeonato Brasileiro de 2011. Com a chegada de Cássio, entretanto, perdeu espaço. O lateral esquerdo Igor também tem tido algumas chances quando Fábio Santos não joga. Os outros, geralmente nem no banco ficam. Quando são relacionados, raramente entram.

“Nosso trabalho é formar atletas que tenham condições de fazer parte do grupo principal. A partir daí nosso trabalho está encerrado. Não há como precisar um tempo. É um processo de médio a longo prazo”, afirmou ao UOL Esporte Marcelo Rospide, superintendente técnico das categorias de base corintianas.

O Corinthians mantém o discurso de que o fruto das categorias de base está sendo colhido e de que é preciso mais tempo para amadurecer os garotos. Na equipe principal, a prioridade ainda tem sido usar os mais experientes. Para tapar buracos, a diretoria costuma olhar para fora de casa. Garimpar talentos tem sido a estratégia. Paulinho, principal jogador da equipe atualmente, fez esse caminho ao vir do Bragantino, ainda desconhecido.

Nesta janela, chegaram os volantes Maldonado e Ibson, já rodados no futebol, com idades de 33 e 29 anos, respectivamente, e Jocinei, volante de 22 anos vindo do Rio Claro. Apesar de não haver grandes contratações, Tite deve continuar com a mesma base e os atletas formados no clube devem ter ser mais pacientes para se firmarem no time.