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Sócios e imprensa são barrados em reunião do Santos sobre venda de Neymar

Sócios do Santos são barrados na reunião do conselho sobre a venda de Neymar - Samir Carvalho/UOL
Sócios do Santos são barrados na reunião do conselho sobre a venda de Neymar Imagem: Samir Carvalho/UOL

Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo

18/06/2013 22h35

Associados e funcionários do Santos e imprensa foram barrados na reunião ordinária do Conselho Deliberativo do clube, na noite desta terça-feira, na Vila Belmiro. A pauta principal da reunião expõe os esclarecimentos do Comitê Fiscal sobre os valores da transferência do atacante Neymar para o Barcelona, da Espanha.

Mais de 20 jornalistas e associados foram obrigados a ficar aguardando o resultado da votação em uma sala separada na Vila, onde não podiam ter contato com os conselheiros que entravam para a reunião. Após a votação, todos foram convidados a deixarem o estádio. A iniciativa surpreendeu a todos, já que imprensa, sócios e funcionários sempre tiveram acesso livre nas reuniões do Conselho.

Segundo os conselheiros que deixaram a reunião antes do término, a votação para vetar a entrada de associados e imprensa foi equilibrada. No entanto, em vez de abrir a contagem, o jornalista Paulo Schiff, presidente do Conselho Deliberativo do Santos, optou pela proibição da presença de jornalistas e associados do clube.

“A votação parelha, todos viram. Muita gente se levantou, mas muita gente ficou sentada. Mas não abriram contagem de votos”, disse o conselheiro, José Geraldo.

A iniciativa inovadora do clube revoltou os associados barrados na Vila Belmiro. Segundo eles, em 101 anos de Santos FC, o veto nunca aconteceu.

“Acho uma palhaçada. Uma ditadura. Em 101 anos de Santos FC jamais aconteceu isso, é a primeira vez. O sócio sempre teve livre acesso, não precisava de votação. Não sei o que eles querem esconder. Voltou à ditadura no Santos”, afirmou o associado Marco Antônio Ribeiro Figueiredo.

Os sócios chegaram a comparar a atitude do Conselho Deliberativo do Santos com a onda de manifestações do povo brasileiro. “É lamentável, pois temos números recordes de sócios no Santos totalmente favoráveis. Mas na pratica nós vemos o Conselho, em um momento histórico para o futebol brasileiro, que envolve valores históricos na venda do Neymar, o sócio proibido de participar para fiscalizar. Em momento que a sociedade está imbuída de praticar a democracia, vemos uma prática retrógrada do Santos”, disse o empresário e diretor da torcida Sangue Jovem, Alexandre Cruz.

O principal questionamento sobre a venda de Neymar se deve aos valores. Isso porque o Barcelona, da Espanha, divulgou que desembolsou 57 milhões de euros para tirar Neymar do Santos (aproximadamente R$ 163 milhões), montante para ser dividido em quatro partes: clube, DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, que detinha 40% dos direitos econômicos do jogador, a Teisa, que detinha 5%, e Neymar pai.