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Juvenal começa a perder aliados, e opositores avisam: "É só o começo"

Juvenal Juvêncio vê alguns aliados debandarem para a oposição - Leandro Moraes/UOL
Juvenal Juvêncio vê alguns aliados debandarem para a oposição Imagem: Leandro Moraes/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

27/06/2013 06h01

O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, deve ter mais trabalho do que está acostumado na próxima eleição. O dirigente, que já fez até manobra para ter seu terceiro mandato e burlou o estatuto sem causar alarde no Conselho, desta vez começa ver seus aliados partirem para o apoio a Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente de futebol do clube e que já se declarou como candidato de oposição. 

Na última segunda-feira, foi a vez do vice-presidente administrativo, Ricardo Haddad, largar seu cargo. Em carta, ele avisou a Juvenal que estava deixando seu grupo. Internamente, admitiu que faria isso para apoiar Marco Aurélio e também porque não concordava com a candidatura de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

Curiosamente, o próprio Leco admite que mudanças nos grupos políticos movimentarão o São Paulo daqui para frente. Depois de admitir que deve ser o candidato escolhido por Juvenal para e eleição, ele afirmou que novos nomes deixarão sua chapa.

“O Haddad era do meu grupo, o Participação, que tenho liderado e que também tem a forte participação de Juvenal.  Ele começou a mostrar que apoiaria o Marco Aurélio, inclusive no projeto dele de virar conselheiro. O Marco Aurélio desencadeou esse processo anunciando muito antes que seria presidente e ele (Haddad) se inclinou a isso. Tem mais uns quatro que também vão fazer isso. São uns quatro na mesma situação”, admitiu Leco em entrevista por telefone.

Um desses nomes pode ser o do diretor jurídico Kalil Rocha Abdalla. Como noticiado pela Gazeta Esportiva, ele entrou em ríspida discussão com Juvenal Juvêncio pelos laços que mantém com Marco Aurélio Cunha.

O candidato à oposição, por sua vez, continua esbanjando otimismo. Depois de declarar publicamente que seria candidato e começar a ver outros importantes conselheiros fazerem o mesmo, Marco Aurélio declara sem receio que a tendência é só melhorar.

“É só o começo. Todos querem a mudança, mas ainda existe a lei da mordaça. Pouco a pouco, os destemidos surgem e aumentam o coro. Mas tudo tem seu tempo”, disse ele também por telefone.

Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, foi procurado pela reportagem, mas não respondeu às tentativas telefônicas. Seus aliados dizem que o anúncio oficial de seu sucessor será feito apenas em cima da hora. A eleição acontece em abril de 2014 e não deve ter uma nova surpresa com outra manobra eleitoreira para um novo mandado do atual presidente. 

As eleições são-paulinas, que ultimamente não passam de uma mera formalidade para oficializar a vitória do indicado de Juvenal, desta vez, devem ganhar um pouco em emoção.