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R. Marques nega mágoa com Loco e diz que autoconfiança atrapalhou no Bota

Rafael Marques celebra o gol do título da Taça Rio, o mais importante pelo Botafogo - Júlio César Guimarães
Rafael Marques celebra o gol do título da Taça Rio, o mais importante pelo Botafogo Imagem: Júlio César Guimarães

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/07/2013 06h02

Hoje em alta com a torcida do Botafogo, o atacante Rafael Marques gosta de dividir o primeiro ano pelo Alvinegro, completado nesta sexta-feira, em duas partes: na primeira está o sofrimento pelo jejum de gols que durou 21 jogos; na segunda, a alegria por ter balançado as redes oito vezes em 16 partidas, a mais importante delas na decisão da Taça Rio, quando sagrou-se campeão estadual pelo time carioca.

Entre outros fatores, o atacante admitiu que o excesso de confiança em sua chegada pesou para a falta de gols em sua chegada. Contratado como reforço indicado por Oswaldo de Oliveira, Rafael Marques nunca foi artilheiro, mas fez sucesso no Japão, onde defendeu o Omiya Ardija por mais de três anos. E chegou ao Botafogo apostando em novo êxito.

“Passei oito anos fora do Brasil [o atacante também passou quatro anos na Turquia] e cheguei muito confiante, achando que iria me adaptar rápido. Estava bem no exterior, era ídolo no Japão, e achei que iria manter isso aqui no Botafogo. Na hora de jogar, isso atrapalhou”, reconheceu Rafael Marques em entrevista ao UOL Esporte.

Logo em sua chegada no Botafogo, em julho do ano passado, Rafael Marques se apresentou como jogador de muitas qualidades. As atuações abaixo da média e a falta de gols, no entanto, irritaram a torcida alvinegra. “Falei aquilo para todos verem que não cheguei para jogar como centroavante, como o Loco Abreu”. Mas as comparações com o uruguaio foram inevitáveis. ”Foi uma das coisas que mais me atrapalhou”, afirmou.

Um dos principais desafios foi lidar com os pedidos da torcida por Loco Abreu. Rafael Marques sofria com as vaias enquanto o uruguaio, então no Figueirense, dizia que saíra do Botafogo contra sua própria vontade. As declarações chegaram a criar uma troca de farpas entre o camisa 13 e Oswaldo de Oliveira, enquanto o atual atacante alvinegro ficava no meio do fogo cruzado. Ainda assim, o jogador diz não guardar mágoa do antecessor.

“Cada um sabe o que faz e é responsável por sua atitude. Se falava para cutucar, não me afetou, nem ao Oswaldo. Só a torcida que comprava essa briga. Sempre procurei estar fora disso. A torcida é emocional, reage de acordo com a situação. Às vezes, o time não fazia gol e vinha uma cutucada de lá. Mas é um momento que passou, conseguimos dar a volta por cima”, minimizou Rafael Marques, que lembrou um momento que poderia mudar sua história pelo Botafogo.

“Uma semana antes de enfrentar o Boavista [estreia do atacante em 2013, na oitava rodada da Taça Guanabara] tive uma conversa com a diretoria. Queriam me emprestar para uma equipe do Japão, para eu jogar mais. Então, contra o Boavista, entrei e fui bem. Se tivesse aceitado aquela proposta, teria deixado o clube com uma imagem muito ruim. São coisas inexplicáveis na vida. Depois disso nunca mais saí do time titular”, encerrou o atacante.