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Bota e Vasco engavetam plano de CT após recuo de parceiros e penhoras

O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção (e.), comemorou a cessão do terreno - Divulgação/Botafogo
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção (e.), comemorou a cessão do terreno Imagem: Divulgação/Botafogo

Rodrigo Paradella, Vinicius Castro e Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/07/2013 06h00

A desistência de parceiros e as constantes penhoras feitas pela Fazenda Nacional em suas receitas emperraram os planos de Vasco e Botafogo de construírem seus centros de treinamento em Vargem Grande. Há exatos três meses, o Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro oficializou a cessão por parte da prefeitura de terrenos para os dois clubes, mas, sem recursos, a dupla sequer tem uma previsão para o início das obras. O Alvinegro ainda foi prejudicado pela interdição do Engenhão por problemas na cobertura, em março.

Os times receberam da prefeitura o direito a explorar terrenos vizinhos na zona oeste do Rio de Janeiro por 50 anos renováveis por igual período. As propriedades têm 58 mil m² cada e suas cessões foram assinadas no dia 1º de abril. Ainda assim, Botafogo e Vasco ainda não têm sequer um projeto lançado para a construção de seus CTs.

“A nossa engenharia vai apresentar o projeto em breve. O terreno está liberado, mas também necessitamos de verba para iniciar as obras. Teremos novidades na semana que vem sobre o caso”, prometeu o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa. “O projeto está vivo e o Vasco trabalha para resolver a sua vida financeira e iniciá-lo”, completou.

A questão financeira é o que vem atravancando ambos os planos. Após anos em busca de locais para seus centros de treinamento, os dois clubes comemoraram publicamente o acordo com a prefeitura em abril, mas hoje admitem que ainda estão distantes da verba necessária para a construção.

“Ainda estamos na fase de produção de projetos e autorizações da prefeitura, mas sem nenhuma previsão de quando isso será concluído. O clube não tem recursos e irá buscá-los ainda no mercado”, admitiu o diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau.

Recuo de cervejaria e prefeitura dificultou planos

Quando receberam os terrenos da prefeitura, os dois clubes esperavam ajudas da Brahma e do próprio município para viabilizar uma parte das operações. No entanto, as duas possíveis parceiras recuaram no apoio e deixaram os times por conta própria. Pressionados por penhoras constantes da Fazenda Nacional, as agremiações estão em situação complicada.

“Não contamos mais com nenhum desses aportes. Pode até ser que a Brahma ainda contribua no projeto, mas de uma forma diferente da que estava estabelecida anteriormente [investimento de um montante de cerca de R$ 5 milhões]”, disse Sérgio Landau.

JEFFERSON DIZ QUE BOTAFOGO QUER SE MANTER ENTRE OS LÍDERES

Já a diretoria do Vasco mostrou mais otimismo quanto à participação da Brahma na construção do CT cruzmaltino. Segundo a cúpula de São Januário, o contrato assinado com a cervejaria ainda segue em vigor e o apoio esperado é de R$ 7 milhões, cerca de 50% do custo total da obra.

Já a prefeitura praticamente descartou a participação em qualquer um dos projetos. Não agraciado por um terreno, o Flamengo argumenta que foi preterido em relação aos outros clubes e ainda pressiona o município por um aporte de R$ 5 milhões. Uma reunião entre as partes está agendada para esta sexta.

FLU ESTÁ MAIS ADIANTADO, MAS TAMBÉM AGUARDA PARCEIROS PARA OBRAS

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Após receber em março terreno em Jacarepaguá da prefeitura nas mesmas condições de Botafogo e Vasco, o Fluminense está um pouco a frente dos rivais no projeto do CT. O clube já finalizou um estudo de solo da área, onde foi constatada a presença de areia e vegetação. A equipe carioca tentou negociar um bônus de assinatura com o consórcio Maracanã para investir no projeto, mas a tratativa não deu certo. O clube aguarda a aprovação do plano urbanístico para definir onde ficará a rua de acesso ao centro de treinamento, que atualmente é cercado por uma escola e terrenos de mato alto.