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Presidente da Ponte diz crer que ex-MSI não foi problema para Corinthians

Renato Duprat nos tempos da parceria Corinthians/MSI, quando ele tinha poder no clube - Fernando Santos/Folhapress
Renato Duprat nos tempos da parceria Corinthians/MSI, quando ele tinha poder no clube Imagem: Fernando Santos/Folhapress

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

13/07/2013 06h00

O Corinthians disse, na última sexta, que a negociação com o zagueiro Cléber ficou alguns dias paralisada por conta da participação de Renato Duprat, ex-intermediário da MSI. A versão não convenceu outra parte interessada no negócio, o presidente da Ponte Preta, que diz não crer que a participação do empresário tenha sido tão decisiva.

“Eu falei com o Duílio [Monteiro Alves, diretor-adjunto de futebol do Corinthians] ontem [quinta] e ele tinha me dito que teve um problema com as cláusulas com os ingleses. Eu não acredito que tenha sido pelo Duprat, senão eles nem teriam começado a negociar. Se tivesse tudo certo no contrato eles teriam fechado”, disse Márcio Della Volpe, em entrevista por telefone ao UOL Esporte.

COM PRESSA, CORINTHIANS COMPRA MÁSCARA PARA R. AUGUSTO NA INTERNET

  • Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

    O Corinthians comprou a máscara de acrílico que será usada por Renato Augusto no site Mercado Livre e enviou um motoboy até Campinas para buscá-la. A operação, que envolveu o setor administrativo do clube, o gerente de futebol Edu Gaspar e o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, foi posta em prática para garantir que o meia pudesse treinar já nesta sexta, o que acabou ocorrendo.

    Renato Augusto sofreu uma fratura no arco zigomático da face no jogo contra o Bahia, no último domingo, e foi operado no dia seguinte. Em tempos normais, ele retornaria aos gramados após cerca de três semanas de recuperação, mas a proximidade da final da Recopa, contra o São Paulo, fez o clube apressar os planos. Leia a notícia completa.

Renato Duprat é um empresário com histórico conturbado no futebol. Foi ele quem comandou a parceria do Santos com a empresa de saúde Unicór, no fim da década de 1990, e que deixou um rombo nos cofres da Vila Belmiro. Anos depois, ele participou da parceria entre Corinthians e MSI e terminou como um dos acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Por conta desse histórico, ele é visto pela imprensa e pelo público como uma espécie de persona non grata no Corinthians. Na última sexta, o diário Lance! publicou que Duprat estava participando da negociação, e que por isso a ida de Cléber ao Parque São Jorge estava emperrada. Horas depois, o clube veio a público e confirmou a informação.

“Quando percebemos que o negócio não estava andando, que tinham umas exigências meio descabidas, nos chamou atenção. Fomos atrás e surgiu a notícia de que o fundo era representado por ele. Imediatamente eu cerceei. Renato Duprat não existe no Corinthians”, disse Roberto de Andrade, diretor de futebol do clube.

Duprat é o representante brasileiro do grupo Doyen Sports, que ajudaria o Corinthians a conseguir o zagueiro Cléber, adquirindo 60% dos direitos econômicos do atleta. Roberto de Andrade disse à imprensa, porém, que nunca soube da participação do empresário.

Por conta do imbróglio com o ex-parceiro da MSI, a diretoria alvinegra decidiu mudar os rumos da negociação. Agora, é a o grupo DIS que deve ajudar o Corinthians a trazer o zagueiro Cléber.

A Ponte assiste a tudo de camarote. Della Volpe diz ter fechado um valor com o Corinthians e só espera que o clube paulistano apresente a origem e a forma do pagamento. Roberto de Andrade, porém, deixou no ar a possibilidade de que o investimento, no novo modelo de negócio, seja inferior.

“Os valores ofertados pelo fundo [inglês] eram um pouco excessivos, na minha opinião”, disse o dirigente. A Ponte diz não ter sido comunicada sobre qualquer mudança, e espera que o Corinthians resolva tudo até a próxima quarta.

“O atleta tem a questão salarial, tem outros clubes do Brasil que também querem contar com ele”, disse Della Volpe que, no entanto, disse confiar no acerto. “Quando eu falei com o Duílio ele disse que estava quase tudo certo. Ele é um cara bem sincero, então acho que não vamos ter problemas”, completou.