Valores de Cléber não batem e Ponte cogita ter reforço corintiano
O Corinthians diz que vai bater o martelo na segunda ou na terça, pessoas envolvidas na negociação dizem que tudo está fechado por R$ 6 milhões e a Ponte espera R$ 1 milhão a mais. Esse é o cenário da negociação do zagueiro Cléber, que se arrasta há três semanas, foi marcada por várias confusões nos bastidores e ainda está para ganhar seu capítulo final.
Cléber está acertado com o Corinthians há pelo menos duas semanas e fez até exames médicos pelo novo clube, mas segue treinando em uma academia em Campinas. Na última semana, o clube do Parque São Jorge interrompeu as negociações alegando que não poderia ter como parceiro o empresário Renato Duprat, ex-intermediário da MSI.
Ele é o representante no Brasil do Doyen Sports, fundo inglês que ajudaria na transação. Incomodado, o Corinthians desistiu da parceria e acionou a DIS para finalmente fechar a contratação de Cléber. Neste sábado, a reportagem conversou com pessoas envolvidas na transação, que garantiram que tudo foi fechado nas últimas horas.
PRESIDENTE DA PONTE DIZ NÃO CRER QUE EX-MSI TENHA ATRAPALHADO
O Corinthians disse, na última sexta, que a negociação com o zagueiro Cléber ficou alguns dias paralisada por conta da participação de Renato Duprat, ex-intermediário da MSI. A versão não convenceu outra parte interessada no negócio, o presidente da Ponte Preta, que diz não crer que a participação do empresário tenha sido tão decisiva.
“Eu falei com o Duílio [Monteiro Alves, diretor-adjunto de futebol do Corinthians] ontem [quinta] e ele tinha me dito que teve um problema com as cláusulas com os ingleses. Eu não acredito que tenha sido pelo Duprat, senão eles nem teriam começado a negociar. Se tivesse tudo certo no contrato eles teriam fechado”, disse Márcio Della Volpe, em entrevista por telefone ao UOL Esporte. Leia a matéria.
Cléber chegaria ao Corinthians por R$ 6 milhões, valor dividido entre o clube, a DIS e o empresário Fernando Garcia. Com esse montante, o Corinthians se tornaria dono de 20% dos direitos econômicos e os demais sócios de outros 60%, sendo que 10% são do próprio zagueiro e os outros 10% do agente Beto Rappa.
O problema é que não foi esse o valor combinado com a Ponte Preta no início das conversas. Márcio Della Volpe, presidente do clube campineiro, diz que R$ 6 milhões correspondem apenas aos 60% dos direitos que pertencem à própria Ponte. O banco Fator, dono de 20%, inicialmente receberia pouco mais de R$ 1 milhão, número “esquecido” no atual formato.
“Vamos sentar na segunda. O Corinthians sabe o que queremos. De alguma forma vão chegar nesse valor. Não vão chegar e falar: ‘Fechei com você por R$ 7 milhões e vou pagar R$ 6 milhões’. Isso não tem como ser feito”, disse Della Volpe ao UOL Esporte.
Na última sexta, Roberto de Andrade, diretor de futebol do Corinthians, já tinha deixado no ar a possibilidade de uma mudança no valor. Consultado, ele negou que o acordo tenha sido fechado e disse que o martelo deve ser batido nos próximos dias. “”Estamos tratando. Até segunda ou terça devemos acertar”, disse ele.
Della Volpe também nega qualquer acerto. O cartola diz que seu último contato com os corintianos foi na quinta-feira, quando conversou com Duílio Monteiro Alves, diretor-adjunto de futebol do Corinthians, por telefone.
Uma das soluções aventadas por quem participa da negociação é a inclusão de um jogador do elenco de Tite, que complementaria o valor original. Della Volpe não descarta essa opção. “Pode ser. Tem milhares de coisas que podem acontecer”, disse ele. A reportagem procurou o Corinthians para comentar a possibilidade, mas nenhum dirigente retornou as ligações.
Nos últimos tempos, Ponte e Corinthians têm sido parceiros frequentes em diferentes negociações. No elenco de Tite, por exemplo, Guilherme Andrade é oriundo da equipe campineira que, por sua vez, tem Giovanni e Ramirez em seu grupo, ambos emprestados.
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