Topo

Santos recua em lei do silêncio, admite crise e cobra veteranos e técnico por goleada

Técnico Claudinei Oliveira é cobrado por Odílio Rodrigues, mas continua no comando - Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
Técnico Claudinei Oliveira é cobrado por Odílio Rodrigues, mas continua no comando Imagem: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

05/08/2013 19h07

A diretoria do Santos recuou em relação à “lei do silêncio” e resolveu dar explicações sobre a goleada sofrida para o Barcelona, da Espanha, por 8 a 0, no estádio Camp Nou. O vice-presidente do clube, Odílio Rodrigues, concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira, no CT Rei Pelé, ao lado do zagueiro e capitão da equipe, Edu Dracena, e do técnico interino Claudinei Oliveira.

"Depois de sexta-feira, um momento triste para o clube, foi criada uma situação ruim para o ambiente diante das insatisfações e da derrota. Como perdemos, o normal é darmos uma satisfação imediata ou demorar para dar uma resposta, as duas são ruins, mas o pronunciamento tem que ser dado no tempo certo, o tempo que permitiu uma reflexão com serenidade. Hoje estamos dispostos a conversar e a responder as perguntas", afirmou o cartola.

O dirigente revelou que se reuniu com comissão técnica e elenco santista para cobrar os líderes do grupo de jogadores – Léo, Edu Dracena, Arouca, Montillo e Aranha – sobre a postura da equipe em campo no vexame contra o Barcelona. O técnico interino Claudinei Oliveira também foi cobrado, porém recebeu o respaldo de que continuará no comando da equipe.

"Adotamos o silêncio no sábado e no domingo, mas hoje fizemos uma reunião com o técnico e os jogadores cobrando explicações. Não foi uma reunião para uma conversa. Falamos com o Edu Dracena, Arouca, Aranha, Montillo e Léo, foi uma conversa muito franca e clara em que manifestamos que não aceitávamos o resultado obtido. Foi uma reunião de cobrança mesmo. O clube expôs tudo aquilo que pensou sobre a atuação. Oferecemos a eles a melhor condição de trabalho, o Santos paga em dia, respeita o ambiente da comissão técnica e não contrata ninguém sem o seu aval, então mostramos a eles que a condição é a melhor e esperamos que correspondam", disse.

“Eu disse para eles que nós estamos em uma crise, todos nós. Citei uma frase do John Kennedy (ex-presidente dos Estados Unidos) que em chinês a palavra crise tem dois caracteres: perigo e oportunidade. A grande oportunidade, agora, é conquistarem os resultados. Eles aceitaram a cobrança da forma como foi feita, com o rigor necessário. Cobramos atitude e eles aceitaram perfeitamente. Os cinco (jogadores) entenderam que esse é um momento em que só eles podem reverter à crise", completou.

A reunião entre dirigentes, comissão técnica e jogadores do Santos atrasou o inicio do treino no gramado, que estava marcado para as 15h30 (de Brasília). Os atletas iniciaram a atividade uma hora depois, e apenas realizaram um treino técnico em campo reduzido.  

O Santos havia cancelado as entrevistas coletivas nesta semana por causa da goleada contra o Barcelona. O aviso sobre a decisão foi disparado para os jornalistas por email. “Informamos que não realizaremos coletivas de imprensa entre os dias 5 e 10 deste mês”, disse o comunicado, sem entrar em detalhes sobre o motivo do silêncio na ocasião.

A equipe santista volta a campo no clássico contra o Corinthians, nesta quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.