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Grupo de Juvenal muda discurso e usa até site oficial para fazer campanha

Juvenal Juvêncio ainda não definiu quem irá apoiar na eleição do São Paulo - Leandro Moraes/UOL
Juvenal Juvêncio ainda não definiu quem irá apoiar na eleição do São Paulo Imagem: Leandro Moraes/UOL

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

13/08/2013 06h00

A ala de situação do São Paulo, liderada pelo presidente Juvenal Juvêncio, mudou o discurso de retardar o processo eleitoral no clube e começa, pela primeira vez neste ciclo, a promover o processo político para o pleito presidencial, marcado para abril de 2014.
 
Na última quinta-feira, um dia após a derrota para o Kashima Antlers (JAP) na Copa Suruga, o site oficial do clube publicou nota sobre um almoço entre Juvenal e conselheiros vitalícios, na sede da presidência, para discutir “temas relacionados com o momento atual e o futuro do clube”.
 
Aliados de Juvenal admitem que a intenção da nota publicada é mostrar que o presidente tem o apoio de figuras ilustres do Conselho Deliberativo mesmo em meio à maior crise da história do São Paulo. Coordenador de campanha, o vice-presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, afirma que a medida se fez necessária após o pré-candidato de oposição, Marco Aurélio Cunha, ter antecipado o processo.
 

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“Isso se antecipou, e não foi por nossa causa, e nós temos agir em função disso. Todos os grupos que apoiam a situação estão se movimentando. Não dá para ignorar. Todos os grupos estão se articulando, isso está feito”, diz Leco.
 
Até a última semana, membros da diretoria são-paulina diziam que seria um erro antecipar o processo eleitoral. Para Marco Aurélio Cunha, a mudança de postura é resultado dos recentes fracassos no futebol. O pré-candidato de oposição também critica a veiculação do conteúdo pró-Juvenal no site oficial do clube.
 
“Há um enfraquecimento político por conta do futebol. Há uma tentativa desesperada de se reagir o mais rápido possível. Processo político do São Paulo sempre existiu. Mas, na atual gestão, era dissimulado. Ninguém podia falar sobre política do clube. Agora, como é debatido, eles precisaram exercer essa maneira de colocar oficialmente. Tiveram de abrir o processo que sempre existiu. Talvez não seja muito correto usar o veículo oficial do clube, que deve falar de questões esportivas”, afirma Cunha.
 
O presidente Juvenal Juvêncio, que governa atualmente em sua segunda reeleição após aprovar mudança no estatuto do clube, ainda não definiu quem indicará para sua sucessão. Ele trabalha com duas possibilidades: a do próprio Leco ou do vice-presidente social e de esportes amadores, Roberto Natel. Não está descartada, porém, uma terceira via. As duas já idealizadas não encontram apoio unânime entre os eleitores de situação e dificultam a definição.
 
Para participar do pleito, as chapas de situação e oposição precisam reunir as assinaturas de 55 conselheiros vitalícios cada uma, entre 160 no total.