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Grupo de Juvenal admite não poder impedir candidatura da oposição no SP

Marco Aurélio Cunha é pré-candidato pela oposição nas eleições de abril de 2014 - Fernando Santos/Folhapress
Marco Aurélio Cunha é pré-candidato pela oposição nas eleições de abril de 2014 Imagem: Fernando Santos/Folhapress

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

20/08/2013 06h00

O ambiente político no São Paulo ferve ao passo que o time, em campo, se afunda na crise. O presidente Juvenal Juvêncio sofre com os maus resultados no futebol e vem perdendo popularidade. Na oposição, o pré-candidato Marco Aurélio Cunha ganha aliados e, diferente do que aconteceu em outros momentos, já é visto como forte adversário pela situação, que admite que não conseguirá impedir sua candidatura. 
 
Aliados de Marco Aurélio afirmam que a oposição já conta com o apoio de 66 conselheiros vitalícios, número suficiente para protocolar a candidatura com uma chapa. Os oposicionistas admitem que não possuem todas as assinaturas ainda, mas acreditam que o número poderá  aumentar até o fim do ano. 
 
Na situação, os aliados de Juvenal duvidam do número cantado pela oposição. Afirmam que ainda não passa de 50, mas admitem que será impossível impedir a candidatura de Cunha. Uma das ideias da situação, que não estava definida, era conseguir o apoio de pelo menos 106 vitalícios, número que resultaria em chapa única para o pleito de abril de 2014.
 
No São Paulo, cada candidato precisa do apoio nominal de 55 conselheiros vitalícios, de um total de 160. Assim, o sistema eleitoral permite apenas dois candidatos. O presidente é eleito pelo Conselho Deliberativo, que conta ainda com 80 conselheiros eleitos além dos vitalícios. 
 
Marco Aurélio Cunha foi superintendente de futebol do São Paulo até o fim de 2010, trabalhou no governo de Juvenal Juvêncio – após a gestão de Marcelo Portugal Gouvêa – e se demitiu do cargo alegando pouca autonomia para trabalhar. Desde então, Cunha se concentrou na carreira política. Foi eleito vereador da capital paulista em 2008 e reeleito no ano passado. Atualmente é o vice-presidente da Câmara dos Vereadores, e já afirmou que renunciaria ao cargo para assumir a presidência do São Paulo. 
 
Juvenal Juvêncio tem dificuldade para apontar candidato à sucessão. Os favoritos atualmente são o vice-presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco – que é também coordenador de campanha pela situação –, e o vice-presidente social e de esportes amadores, Roberto Natel. Juvenal testa os nomes, mas sabe que ambos enfrentam rejeição no Conselho Deliberativo, e deverá adiar a decisão pelo menos até o fim deste ano.
 

Reeleito pela segunda vez em 2011 após aprovar a mudança de estatuto, Juvenal Juvêncio sabe que já não tem a mesma popularidade interna de antes no São Paulo, e começa a trabalhar para a eleição de 2014. Após seus aliados criticarem Cunha por antecipar o processo eleitoral, a situação usou até o site oficial do clube, há duas semanas, para começar a falar de política, e mostrou que o presidente conta com o apoio de algumas das velhas figuras do Conselho do clube. A situação trabalha para se defender, porque já sabe que não poderá impedir a oposição de chegar à disputa.