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Fernandão abandona futebol e critica estrutura do Inter: "cheio de puxadinho"

Ex-atacante foi técnico do Inter no segundo semestre de 2012 e disparou contra estrutura do clube - Wesley Santos/Press Digital
Ex-atacante foi técnico do Inter no segundo semestre de 2012 e disparou contra estrutura do clube Imagem: Wesley Santos/Press Digital

Do UOL, em Porto Alegre

22/08/2013 22h27

Treze meses depois de ter sido transformado em técnico, Fernandão admitiu que não seguirá trabalhando no futebol. O ex-atacante, que foi técnico do Internacional no segundo semestre de 2012, decidiu virar empresário para ficar próximo da família. E criticou a estrutura de seu último empregador no antigo ramo de trabalho.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, Fernandão reclamou da estrutura do Internacional. Disse que o CT do Parque Gigante, às margens do Guaíba, só tem puxadinhos e que faltou apoio da diretoria para sua passagem como treinador do time.

“A parte estrutural do Inter é muito defasada. O vestiário é o mesmo de quando cheguei, em 2004. Cadê a evolução? O Inter não tem um CT de clube campeão do mundo, não evoluiu nesse ponto. Sempre disse isso: o Inter é cheio de puxadinhos. O CT é um puxadinho. É uma vergonha. Fizeram de uma sala de musculação o novo vestiário. Será que não tem R$ 15 milhões para investir em um CT?”, afirmou Fernandão.

Antes de assumir como treinador, o antigo capitão do Inter ocupou o posto de diretor de futebol. Foi o responsável por contratações e dispensas. E seguiu, durante os primeiros dias como técnico, acumulando as funções. Foi na primeira experiência que a decepção começou.

“No futebol, você faz uma reunião à noite , quando acorda, de manhã, tudo foi mudado. Não trabalho assim. Tentei fazer um Inter vencedor de novo e não consegui, não aconteceu. Coloquei a paixão à frente da razão, me tornei muito colorado e você não pode colocar a paixão antes da razão”, disse.

Demitido em 20 de novembro, Fernandão teve rusgas com o grupo de jogadores do Inter. Primeiro ao declarar que o vestiário tinha atletas em uma zona de conforto. Depois ao barrar Bolívar, um dos líderes do elenco. O caso teve discussão pública nas rádios de Porto Alegre.

“O Inter ganha títulos porque tem gente muito boa lá dentro. Gente como Élio Carravetta, Adriano Loss, Osmar, Gentil e todos os roupeiros. Luís Anápio Gomes foi um cara muito importante também. A mentalidade de muitos lá dentro precisa mudar. Você faz comparações lá dentro e escuta: “É, mas eles não são campeões de tudo como nós”. Pega um cara desses, que é vitalício lá e manda para a Europa, para conhecer a estrutura dos clubes. Mudar a cabeça”, afirmou.

De acordo com Zero Hora, Fernandão agora é sócio de uma empresa que monta caminhões de lixo, que recolhem containers de rua. A fábrica exporta veículos para países como Bolívia, Angola e Congo. E o ex-jogador será agente para prospectar negócios.