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CBF prepara plano C nos EUA caso antidoping na Colômbia falhe

Técnico no laboratório de Harlow, responsável pelo antidoping na Olimpíada de Londres - Reuters
Técnico no laboratório de Harlow, responsável pelo antidoping na Olimpíada de Londres Imagem: Reuters

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

23/08/2013 06h00

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) já prepara um 'plano C' nos Estados Unidos para o caso do laboratório colombiano contratado pela entidade para realizar os exames antidoping do Campeonato Brasileiro falhar. Na semana que vem, o presidente da Comissão de Controle de Dopagem da CBF, o médico Fernando Solera, embarca para Los Angeles para assinar um pré-contrato com o Laboratório Olímpico de Análises da Universidade da Califórnia.

Nesta segunda-feira (18), Solera chegou a Bogotá levando a primeira leva de amostras para exames antidoping no Laboratório de Controle de Dopagem do Instituto Colombiano do Esporte. Desde o dia 9, quando foi anunciada a suspensão do Ladetec (Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico), no Rio de Janeiro, pela Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês), a CBF acumulava amostras de urina de jogadores para serem analisadas.

O laboratório colombiano é o único credenciado pela Wada na América do Sul além do brasileiro suspenso. A Fifa (Federação Internacional de Futebol) exige a certificação, assim como o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a maioria das federações esportivas internacionais.

Solera levou pessoalmente para Bogotá 147 amostras para exame, resultado de duas semanas de rodadas nas séries A e B do Brasileirão. "Não tem problema o exame demorar um pouco já que não há um prazo formal estabelecido pela Fifa. As amostras ficam bem acondicionadas e não há nenhum risco à integridade delas", afirmou o dirigente nesta quinta-feira (21), ainda de Bogotá. "Nunca tínhamos tido problemas com o Ladetec e por isso não tínhamos um plano B na manga. Agora com esse susto, achamos melhor já garantir um plano C nos EUA no caso improvável de haver algum problema aqui em Bogotá também", completou.

Solera diz que o custo de cada exame é parecido nos três laboratórios - cerca de R$ 500. De acordo com ele, haverá um aumento no custo do transporte das amostras até Bogotá, mas que ainda não sabe dizer de quanto, apenas que o valor não é significativo, já que transportar as amostrar do Brasil todo até o Ladetec no Rio de Janeiro já saía caro. O médico diz que a CBF encomenda cerca de 3.600 exames de antidoping por ano.

Poucas opções

No mundo, apenas 36 laboratórios são credenciados pela Wada. Poucos países possuem mais que um laboratório credenciado, como a Espanha e os Estados Unidos, com dois cada um. "É comum países com tradição esportiva sem nenhum laboratório credenciado. A Argentina, por exemplo, não tem e manda todos os exames para a Colômbia", afirma Solera.

A Wada anunciou a suspensão do Ladetec, ligado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)  sem explicar o motivo. Foi a segunda suspensão em 20 meses. A UFRJ afirma que, nos últimos 12 meses, o Ladetec realizou cerca de 5.000 análises.

"Nelas estavam incluídas mais de 20 substâncias. Para apenas três dessas, houve não conformidade, o que levou à reprovação", declarou a universidade, que informou ainda ter adquirido um equipamento de "alta tecnologia" e ter agora condições de atender às demandas técnicas. No início do mês, o UOL Esporte mostrou que as obras de ampliação e reforma do Ladetec triplicaram de preço e podem atrasar.