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Ex-zagueiro relembra falta de taças no Santos e admite: "nunca tive o dom"

Mauricio Copertino (d) ao lado de Gallo. Ambos comandam a base da seleção - Rafael Ribeiro/CBF
Mauricio Copertino (d) ao lado de Gallo. Ambos comandam a base da seleção Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo

25/08/2013 06h00

Maurício Copertino atuou por 16 anos como zagueiro profissional, até que decidiu se aposentar dos gramados e virar auxiliar-técnico. Ao relembrar a sua fase como beque, ele surpreendeu em entrevista ao UOL Esporte ao admitir que tinha que lutar contra as suas limitações em campo, confissão pouco comum aos ex-jogadores que se tornam treinadores depois da aposentadoria.

“Nunca fui um grande jogador que despontasse em grandes clubes do futebol brasileiro. Não tinha o dom de jogar, nunca tive. Consegui meu espaço com muito esforço. Com talento próprio e força física, consegui por 16 anos ser jogador de futebol profissional”, relembrou Copertino.

“Me deixa muito orgulhoso ter participado de grandes equipes como Santos, Coritiba. Principalmente o Santos, onde participei da base até o profissional. Tenho muito orgulho da minha carreira porque lutei o tempo todo contra as minhas limitações, e mesmo assim joguei em três países além do Brasil. Para mim foi uma carreira vitoriosa”.

Maurício Copertino jogou no Santos no período em que o clube passou o maior jejum de títulos de expressão. O zagueiro atuou no clube da Vila Belmiro entre os anos de 93 a 95, e o Peixe ficou 18 anos nesta fila (Paulistão de 1984 a Brasileirão de 2002). A único título que o zagueiro ganhou no período foi a Copa Dener, em 1994.

O atual auxiliar-técnico da seleção brasileira de base disse que a pressão da torcida santista nos atletas era a mesma vinte anos atrás, mas a diferença grande entre a época em que era jogador para agora é na estrutura do clube. “A diferença era mesmo de condições de trabalho. Hoje é infinitamente muito melhor que na minha época”.

Maurício Copertino disputou o primeiro semestre de 1995 no profissional do Santos, mas por determinação da diretoria da época, passou a treinar em separado, fato que o impediu de acompanhar de perto a campanha do vice-campeonato brasileiro.

Mas mesmo assim, Copertino ia ao estádio acompanhar os seus companheiros em ação. ”A gente estava torcendo pelos amigos, pois sabia que era uma situação muito inédita pelas condições que tinha aquela equipe, que chegou na final contra um rival que tinha uma situação financeira melhor, que era o Botafogo”.

Do período como zagueiro do Santos, surgiu a amizade com Alexandre Gallo. A parceria que foi reeditada fora dos gramados – um como treinador e o outro como auxiliar. Após passagem por vários clubes do futebol nacional, ambos foram chamados para comandar as categorias de base, de olho na disputa dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Seis meses depois do inicio do trabalho na seleção, Copertino exaltou a mentalidade vencedora que foi retomada na base brasileira e disse que não pretende por enquanto alçar voos mais altos como treinador.

“Voltamos com a mentalidade de ser um time vencedor, não só participar das competições e ter esse elã dentro de cada jogador, ir com vontade e determinação. Todos nós brasileiros gostamos de ver a seleção, seja ela sub-17 ou 20, bem em campo. Se o time está bem, os jogadores estão empenhados, a gente fica feliz”.

CARREIRA DE MAURÍCIO COPERTINO COMO JOGADOR

Tupã F.C. - 2ª divisão de SP – 1991Al-Ahli (Arábia Saudita) – 1997/1998.
Oeste de Itápolis – 2ª divisão de SP – 1992Internacional de Limeira – 1ª divisão Sp – 1999
Santos F.C. – 1993 a 1995Panahaiki (Grécia) - 1ª divisão – 1999 à 2002
Coritiba F.C. – 1996Hanan Jian (China) – 2003/2004
Portuguesa Santista – 1* divisão de SP – 1997União São João de Araras - 2005