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Ex-presidente do Palmeiras elogia Nobre, mas alerta: "Vai sentir a diferença na Série A"

Arnaldo Tirone concede entrevista após visita de Aldo Rebelo à Nova Arena (04/12/12) - Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Arnaldo Tirone concede entrevista após visita de Aldo Rebelo à Nova Arena (04/12/12) Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

27/08/2013 11h00

Ex-presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone deixou o comando do clube alviverde bastante criticado pela queda da equipe para a Série B do Campeonato Brasileiro. Após o título da Copa do Brasil, viu sua administração se perder em conflitos de bastidores e resultados ruins no campo. Agora, acompanha o aniversário de 99 anos do time e o mandato de Paulo Nobre um pouco mais afastado. Embora elogie seu sucessor, admite que a “tranquilidade” reinante no Palestra Itália facilita o trabalho.

Para Tirone, Nobre irá se deparar com toda a grandeza do que significa ser presidente do Palmeiras – considerando o que há de bom e ruim nisso – quando conquistar o acesso à elite do futebol. De acordo com ele, no momento, dada a boa campanha do time e a repercussão menor da Série B, as coisas estão mais tranquilas.

“É claro que ele vai sentir a diferença da Série A. O Paulo pegou um clube um pouco mais organizado do que no momento em que assumi. Naquela época estava mais tumultuado. Nós fizemos um bom trabalho, mas não é fácil. Você vê que o próprio presidente atual teve que fazer algumas intervenções”, explicou, referindo-se à gestão mais centralizadora  e “mão-fechada” de Nobre.

Tirone é integrante do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), órgão regulador das contas do Palmeiras e que vetou diversos de seus projetos em sua gestão, mas admite que não comparece muito aos encontros mensais. “Estou um pouco afastado, por causa de muitos compromissos pessoais que tenho. Mas tenho um bom relacionamento com todos lá”, justifica.

Segundo o ex-mandatário, o caminho é árduo até o acesso, mas está sendo trilhado de modo correto. “A Série A é uma outra dinâmica de competição, mais difícil, concorrência muito maior. Mas o Palmeiras também terá boas chances quando subir”, projetou. 

Por fim, Tirone elogiou o perfil da administração de Nobre e o modo como ele conseguiu trazer novamente a torcida para o apoio irrestrito ao time. “O nosso torcedor entendeu o momento difícil. Tem que dar apoio total. O Palmeiras é grande e não merecia o que aconteceu. Mas o presidente está indo bem e vamos voltar à Série A”, declarou.

A reportagem enviou um e-mail para a assessoria de comunicação do atual presidente do Palmeiras para repercutir as declarações, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. 

Com fama de "chato", COF aprova gestão mão-fechada de Nobre 

  • Mesmo órgão que tratou de ser inflexível em relação aos gastos do Palmeiras no final da gestão de Arnaldo Tirone, o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) está satisfeito com o econômico Paulo Nobre à frente clube. Para Alberto Strufaldi, presidente do COF, o cartola tem o mérito de não cometer excessos com o caixa alviverde e de manter sob controle uma dívida de, segundo Strufaldi, R$ 150 milhões. A assessoria de imprensa do Palmeiras não confirma o valor apontado pelo conselheiro. "Desde o início da gestão, o presidente Paulo Nobre mostrou boa vontade, o time B de futebol foi extinto e o futsal profissional também. Ele está se dedicando ao máximo, é uma situação difícil resolver as dívidas", disse Strufaldi.