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Jovem do Flu é suspenso por 16 meses por uso de cocaína; pena pode cair

Michael, atacante do Fluminense, está internado em uma clínica de reabilitação - Nelson Perez/Fluminense FC
Michael, atacante do Fluminense, está internado em uma clínica de reabilitação Imagem: Nelson Perez/Fluminense FC

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/09/2013 15h36

O atacante Michael, do Fluminense, foi suspenso por 16 meses em julgamento do caso de doping por cocaína, divulgado em maio deste ano. A audiência aconteceu na tarde desta quinta-feira, na sede do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), no Centro do Rio de Janeiro. A pena, porém, poderá cair para oito meses se o jogador comprovar que continua o tratamento de reabilitação, inclusive com exames mensais para mostrar que não teve recaída. 

Como já cumpriu 110 dias de punição voluntária, que pode ser abatida do total, ele poderá retornar aos gramados no início de 2014, caso comprove que não voltou a usar drogas. Michael esteve presente no tribunal acompanhado dos pais e da irmã, mas não foi ouvido. Ele chegou a se emocionar durante a audiência e não quis comentar o resultado final, apesar de ter demonstrado alegria. Mais cedo, o julgamento do aposentado Deco foi adiado para 26 de setembro.

A defesa do jogador, composta pelos advogados tricolores Mário Bittencourt e Roberta Fernandes, levou duas testemunhas ao tribunal: o ex-chefe do departamento médico do clube carioca Michel Simoni e o psiquiatra Gabriel Bronstein, um dos responsáveis pelo tratamento de Michael. Segundo ele, o atacante apresenta transtorno de ansiedade e deu sinais de depressão antes de ser internado em uma clínica de reabilitação, em agosto, após lesão no púbis.

"Ele está progredindo muito e tem se beneficiado, entendido o problema e como deve enfrentar. O caso dele não é dependência e sim de uso nocivo, mas o tratamento vai pelos mesmos caminhos. Seriam 30 dias o primeiro período de internação. Ele está com 22 dias hoje. A internação foi um pedido do próprio atleta sentindo que estava em risco. Ele está na área de dependência química", disse Gabriel Bronstein.

Michael vinha sendo presença constante em todos os treinamentos do Fluminense, mesmo sem poder atuar. Em algumas situações, o camisa 27 chegou a se concentrar com o elenco em jogos no Rio de Janeiro, tudo para ter sua rotina mantida. Uma lesão no púbis, porém, o afastou das atividades e fez com que o Tricolor temesse uma recaída, gerando a internação.

Casos de atletas que tiveram envolvimento com as drogas foram citados pela defesa e até pelo procurador do STJD, Paulo Schimitt. Ele argumentou que apesar da necessidade de punição pelo ato infracional, também é preciso recuperar a carreira esportiva de Michael, que se tornou profissional em 2012.

"Caso como esse requer aplicação da norma internacional em concordância com a recuperação da vida esportiva. Depois de comprovada metade da pena, com tratamento, acompanhamento e características necessárias para recuperação, que haja possibilidade imediata de retorno a atividades esportivas, aplicando de forma mista o regulamento antidoping mundial com o código brasileiro que prevê metade em medida social", disse Schimitt. 

Relembre o caso
Michael foi flagrado no exame antidoping por uso de cocaína em abril, após a vitória por 2 a 0 contra o Resende. O jogador de 20 anos, formado nas categorias de base do Tricolor, admitiu o uso da droga mais de uma vez a dirigentes e o clube não pediu contraprova. Além da punição preventiva de 30 dias, o jovem passou a cumprir suspensão voluntária, que agora será abatida da pena final de oito meses.