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Árbitro galã admite fama de pegador quando solteiro: "fazia muitos gols"

Guilherme Ceretta, árbitro de futebol - Arquivo pessoal
Guilherme Ceretta, árbitro de futebol Imagem: Arquivo pessoal

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

20/09/2013 06h00

Jovem, professor, pedagogo, modelo e com lado empresarial nas veias. Com essas características, Guilherme Ceretta de Lima, 29 anos, tem um perfil “incomum” entre os homens de preto que fazem parte do quadro da Federação Paulista de Futebol e da CBF. Além disso, o árbitro não esconde outra faceta: a de "pegador", pelo menos antes de seu casamento. 

Casado há um ano e quatro meses com Carolina, o juiz virou um rapaz de família, tem uma filha de três meses e diz que apesar do sucesso com as mulheres nos tempos de solteiro, nunca se envolveu com torcedoras.

“Com maestria, eu dava muito cartão vermelho neste assunto (fazer sucesso com as mulheres). Eu fazia muitos gols. Agora hoje sou casado com a Carolina, tenho uma menina de três meses, a Manuella. As coisas mudaram, pois a família é muito importante, meus familiares me dão feedback, tenho onde me apoiar”, falou.

“Outro detalhe que aprendi: onde se ganha o pão, não se come a carne. Nunca me envolvi com torcedora, assistente de arbitragem. Não existe Maria Apito. O árbitro ganha mal e mulher gosta de quem tem dinheiro”, completou.

Nesta entrevista ao UOL Esporte, Ceretta ainda lembra como começou no mundo da moda, após criar a grife “GC o legítimo”, além de seus desafios na arbitragem.

UOL Esporte: Qual a sua denominação no quadro de árbitros da CBF? Passou no teste físico da Fifa?

Guilherme Ceretta: Eu sou aspirante a Fifa, fiz o teste físico no dia 6 de agosto e fui reprovado, não só eu como o Wilson Luiz Seneme,  Francisco Carlos Nascimento e o Márcio Chagas da Silva. Depois de 40 dias, tive a segunda chance, aí eu passei, aliás, todos passaram.

UOL Esporte: Pode explicar como são os testes físicos?

Guilherme Ceretta: Tem de correr 150 metros na pista em 30 segundos, depois para e anda 50 metros em 35 segundos e assim vai por diante. Quem não completa, perde um tiro. Tem de fazer isso 20 vezes, se errar um tiro, tudo bem, se errar dois tiros, é reprovado.  Os 20 tiros chegam em torno de 24 minutos. As pessoas falam que o árbitro está mal fisicamente, mas é difícil. É um teste em que se aplica muito a parte física, mas em um jogo é bem diferente, durante uma partida de futebol  não corremos assim, é um teste para ser repensado, o teste não é a realidade de uma partida de futebol, não adiante correr tanto, tem que mesclar técnica com parte física, senão vamos colocar o Usain Bolt.

UOL Esporte: O que você percorreu até chegar a ser árbitro de futebol?

Guilherme Ceretta: Fiz duas faculdades, Educação Física e Pedagogia, e pós-graduação em Direção Escolar. Joguei futebol até os 16 anos, mas não sou frustrado, era muito expulso na várzea aqui mesmo na região.  Como meu pai (Luiz Carlos de Lima)  jogava e joga até hoje em Alumínio, na Associação Atlética Alumínio, eu resolvi apitar. Já que não jogava, comecei a apitar na Várzea de Votorantin, terminei o terceiro ano do colegial com 17 anos e fiz o curso de arbitragem na FPF.

UOL Esporte: Agora explica a história de árbitro modelo, como começou?

Guilherme Ceretta: A história de modelo começou quando eu tinha 14 anos. Fui comprar roupa em Mairinque, aí uma moça perguntou se eu queria desfilar. Então, bem antes da arbitragem, eu desfilava. Quando comecei a trabalhar na arbitragem e estava na mídia, naturalmente, as pessoas exploravam isso de árbitro ‘modelo’. Deixo bem claro: não usei a arbitragem para aparecer, foi tudo bem natural.

UOL Esporte: É bom ser chamado de árbitro bonitão, existe isto? Quem ganha mais, árbitro ou modelo?

Guilherme Ceretta: Esta questão de árbitro modelo é um rótulo somente, é falta de opção na arbitragem, o menos feio se destaca e eu concorro sozinho. A FPF exige que se tenha outra opção de trabalho, não se pode viver de arbitragem. Jogador faz propagandas, treinador também, por que o árbitro não pode fazer?

UOL Esporte: Você se dava bem com as mulheres?

Guilherme Ceretta: Com maestria, eu dava muito cartão vermelho neste assunto, eu fazia muitos gols, agora, sou casado com a Carolina, tenho uma menina de três meses, a Manuella. As coisas mudaram, pois a família é muito importante, meus familiares me dão um feedback. Eu tenho onde me apoiar.  Outro detalhe que aprendi é que onde se ganha o pão, não se come a carne. Nunca me envolvi com torcedora, assistente de arbitragem. Não existe Maria Apito, o árbitro ganha mal e mulher gosta de quem tem dinheiro.

UOL Esporte: Qual o seu maior acerto na arbitragem?

Guilherme Ceretta: Fui muito bem naquele jogo entre São Paulo e Corinthians que o Rogério Ceni marcou o centésimo gol na carreira, pela primeira fase do Paulistão. Expulsei três jogadores, o Dagoberto, Alessandro e Dentinho. Dei os cartões amarelos corretamente inclusive no gol do Rogério Ceni, que tirou a camisa.

UOL Esporte: Qual o maior erro na arbitragem?

Guilherme Ceretta: Um jogo que eu fui mal pra caramba foi Santo André e Corinthians pela Série B de 2008. Tive muito erro, por exemplo não marquei três pênaltis para o Corinthians. Eu errei no primeiro e depois mantive o critério e errei mais 2. Erro faz parte do jogo, não tem essa de depois pedir desculpa, morremos com o erro.

UOL Esporte: Em sua opinião, deveria ter coletiva para o árbitro depois do jogo?

Guilherme Ceretta: Sou a favor da coletiva para o árbitro. Em minha opinião, se tivesse, muitas coisas seriam amenizadas. Explicaria o motivo por que marcou o pênalti, o critério utilizado para aplicar o cartão para um jogador, o árbitro explicaria o que viu no lance e por que marcou tal coisa. A comissão não proíbe de dar entrevista, mas não podemos falar sobre lances polêmicos, então, não adianta muita coisa.

UOL Esporte: Explica um pouco mais a grife de roupa, tem novidades?

Guilherme Ceretta:
Tenho uma grife de roupa e lancei recentemente a segunda coleção. Aqui na minha cidade, está crescendo muito a atividade física em academias, então lancei uma linha fitness.

UOL Esporte: Você é chamado para palestrar nas escolinhas de futebol da região?

Guilherme Ceretta: Em Sorocaba, tem escolinhas de futebol. Não sou vinculado a nenhuma, mas às vezes me chamam para orientar os alunos sobre as regras do futebol, só isso. Já em São Roque, tem o Grêmio União Roquense, neste, sou prestador de serviços. Junto com o amigo Ricardo Barbosa, organizamos torneios. O Ricardo fica com os alunos menores enquanto eu fico com alunos entre 16 e 30 anos, mas sem vínculo com clubes de São Paulo.