Rodolfo Rodriguez usa falha histórica como "prova" de que enfrentou Ronaldo
No campo, com pouco barulho e na companhia dos animais e da família. É assim que vive hoje, e com prazer, um dos maiores goleiros que passaram pelo futebol brasileiro, o uruguaio Rodolfo Rodríguez, 57 anos, e conhecido como “O paredão” nos tempos em que atuou no futebol brasileiro, no Santos e Bahia.
O goleiro tem duas passagens memoráveis nos tempos em que jogou no país: a histórica sequência de defesas que fez contra o América de São José de Rio Preto, quando atuava no Santos, e também uma falha incrível que resultou em um gol do Cruzeiro marcado pelo jovem Ronaldo no Campeonato Brasileiro de 1993, quando Rodriguez estava no Bahia.
Sobre o último lance, o ex-arqueiro até leva no bom humor e diz que a falta de atenção ao deixar a bola no chão depois de uma defesa serve como prova de que jogou contra o Fenômeno. “Não podem me chamar de mentiroso”, brincou.
O arqueiro afirmou também que hoje vive em função de sua família e seus três filhos (Rodolfo Francisco, Sergio e Sofia), e que a distância do futebol não é algo que sente tanta falta assim. Gosta de sua vida e acompanha como pode o esporte que o consagrou.
“Depois que parei, em 1994, fui trabalhar na fazenda da família da minha esposa. No começo acordava às 4 horas da manhã e trabalhava até às 19 horas. Aprendi a andar a cavalo, cuidei de vaca velha, não sabia fazer nada. Combinei com os peões da fazenda para não rirem, e como eles gostavam de futebol, quando falavam uma coisa errada, eu não podia rir também. Relaciono o futebol com o trabalho da fazenda porque tem de cumprir horário, ter seriedade e responsabilidade”, disse o ex-goleiro, que aprova a sua escolha.
“Fiquei sem vida social, mas ganhei com qualidade de vida. Aqui tem ar livre, estou no campo, vento, ar puro, e ainda tenho quatro cachorros. Então, sou feliz”, complementou.
Outra lembrança de Rodolfo Rodriguez foi sua passagem pelo Santos, clube que defendeu entre 1984 e 1988. Nesta passagem, ele fala sobre a defesa contra o América-SP.
“Me recordo do chute fora da área, eu fiz a defesa, tocou na trave, o centroavante foi para fazer o gol, fiz a defesa e fraturei o dedo pequeno da mão direita. Essa foi a única fratura em 22 anos de carreira que tive”, afirmou Rodriguez.
Além da defesa, o ex-jogador fala com carinho ao relembrar o Santos, onde foi bem recebido. “O Santos nunca me fez sentir um estrangeiro no clube, sempre fui tratado igual a todos, isso acontece até hoje. Sou ligado ao Brasil, aprendi a gostar muito do Brasil, só tenho que agradecer”, finalizou.
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