Governo rejeita plano do consórcio para estacionamento e museu no Maracanã
O Governo do Rio de Janeiro rejeitou a primeira proposta do Complexo Maracanã Entretenimento S/A para construção de estacionamentos, restaurantes e um museu ao lado do parque da Quinta da Boa Vista. O plano alternativo foi entregue no dia 26 de agosto, após o governador Sérgio Cabral cancelar a demolição do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare e da Escola Municipal Friedenreich. As áreas seriam utilizadas pela empresa que administra o estádio, que tem agora 15 dias para apresentar novo estudo.
A área pleiteada pela concessionária para construção de um local de entretenimento pertencia ao Exército Brasileiro e foi doada à prefeitura, que negou repassá-la ao Estado por ter projetos para o local. O contrato firmado com o governo obriga que o Complexo Maracanã S/A invista R$ 594 milhões no equipamento esportivo e no entorno, além do aluguel de R$ 5,5 milhões ao ano. Segundo a assessoria de imprensa do grupo formado por AEG, Odebrecht e IMX, a solução deve passar inicialmente pela definição do novo local para as obras.
"A concessionária que administra o Maracanã já está trabalhando em novas alternativas para o Complexo Maracanã após receber Ofício do Governo do Estado do Rio de Janeiro sobre a não disponibilidade da área apresentada em 26 de agosto. Conforme já havíamos informado naquela data, por meio de nota à imprensa, a concessionária vem estudando algumas alternativas, sendo uma delas entregue ao governo. A solução definitiva, porém, somente poderá ser, de fato, detalhada, após a indicação do novo local para construção do museu do futebol e áreas de convivência e suas peculiaridades, tais como: área do terreno, gabarito, tipologia, taxa de ocupação, licenças", diz a nota oficial.
Após a mudança no contrato, que previa a demolição do Célio de Barros e do Júlio Delamare, o governador Sérgio Cabral chegou a abrir a possibilidade de a concessionária desistir do Maracanã. A empresa, entretanto, ratificou que pretende ficar com o controle do estádio. Os estacionamentos, lojas, restaurantes e museu fariam parte do plano financeiro para viabilizar a concessão pelos 35 anos.
O documento enviado pela empresa ao governo contou também com um laudo jurídico pelo jurista Prof. Sergio Ferraz. O entendimento do consórcio é de que o objeto do documento se refere à gestão, operação e manutenção do Maracanã e do Maracanãzinho. As obras incidentais para a construção do complexo seriam meros encargos do Complexo Maracanã.
As demolições foram motivo de protestos de atletas e movimentos sociais desde que foram anunciadas e confirmadas pelo edital de licitação, lançado em fevereiro deste ano. O compromisso firmado para a concessão previa a reconstrução da escola e dos equipamentos esportivos em outro lugar.
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