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Dirigente diz que encontrou falta de qualidade na base do Corinthians

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

08/10/2013 06h00

Marcelo Rospide chegou ao Corinthians em outubro do ano passado e é, desde então, o superintendente-técnico da base do clube, com a missão de recuperar o departamento, muito criticado pela falta de revelações de peso nos últimos anos. Em poucos meses, ele promoveu trocas de treinadores, contratou mais profissionais para as comissões técnicas e foi ao mercado buscar promessas. Os reforços chegaram ao Parque São Jorge justamente porque ele entendeu, ao avaliar o que tinha em mãos, que precisava melhorar o nível dos atletas.

“Um dos diagnósticos que a gente fez, em termos gerais, é de que tínhamos de agregar qualidade nas nossas equipes”, disse Marcelo Rospide, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

No primeiro semestre, o clube trouxe cinco jogadores para o seu time sub-20. Nas últimas semanas, fechou com dois meias para as equipes sub-17 e sub-15, entre outras contratações pontuais. A tática tem como objetivo fortalecer todas as equipes para o ano que vem, quando poderá cobrar resultados de seus subordinados, depois de um ano tentando implantar sua filosofia.

Rospide é gaúcho e trabalhou no Grêmio por 17 anos, tendo começado na base e atingido os profissionais em 2009, quando chegou a comandar a equipe de forma interina. Agora, sua missão é fazer o clube que mais vezes levantou a taça da Copa São Paulo voltar a ganhar títulos e revelar talentos, o que não tem acontecido nos últimos anos.

Confira abaixo a entrevista completa do superintendente:

UOL Esporte: Você chegou ao Corinthians no ano passado. O que você encontrou e o que conseguiu fazer desde então?
Marcelo Rospide:
Eu fui contratado para após a saída do [ex-jogador] Marcelinho Paulista. Quando conversaram comigo, a proposta era de médio a longo prazo, de outubro de 2012 até o fim da atual gestão. O que eu me propus a fazer? Primeiro, eu cheguei para fazer um diagnóstico do momento do clube. Evitei qualquer grande intervenção e meu papel foi observar e ir pensando em situações para a gente tentar transformar para esse ano. Tudo que havia sido planejado em 2012, como a Copa São Paulo desse ano, foi mantido. A partir daí, a gente delimitou, em conjunto com a coordenação, uma nova linha metodológica. Procuramos direcionar as categorias menores, sub-13, sub-11, para um trabalho mais voltado para fundamentos, deixando questões táticas e mais complexas mais adiante no processo.

UOL Esporte: Dentro dessa metodologia, não me parece ocasional que o seu técnico do sub-17 seja o Rodrigo Leitão, que é elogiado por montar equipes com aplicação tática. A ideia é que nessas equipes mais velhas a questão tática seja mais importante?
Marcelo Rospide:
Acho que o Rodrigo tem esse perfil. No inicio do ano eu fui atrás do Osmar [Loss, hoje técnico do time sub-20], e ele ficou no Inter. Daí passamos a ir atrás do Emerson [Ávila, ex-técnico da seleção sub-20, contratado no início de 2013 e demitido há cerca de um mês]. Quando eu trago um treinador desse quilate para o sub-20, obviamente eu estou visando não só a formação, mas também conquistar alguma coisa mais concreta, mas não deu o encaixe. Infelizmente o momento do Emerson aqui não fechou. Agora estamos trazendo o Osmar, que já era uma ideia inicial. As equipes do Osmar são mais competitivas, independentemente da qualidade.

UOL Esporte: Neste ano, a gente viu o Corinthians contratando jogadores na base. Foi uma leitura sua de que precisava agregar qualidade?
Marcelo Rospide:
Foi. Um dos diagnósticos que a gente fez, em termos gerais, é de que tínhamos de agregar qualidade nas nossas equipes. É óbvio que nem sempre no mercado é possível trazer todos que você quer, e às vezes temos de apostar em quem está aqui. Mas eu entendi, desde o início da temporada, que era fundamental nós agregarmos valores nas equipes, principalmente a partir do sub-15. E foi o que a gente fez. Foi uma politica que a gente resolveu adotar e a direção deu todo o apoio.

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  • Pedro Ivo Almeida/UOL

UOL Esporte: Você lembra quantas contratações foram feitas ao longo do ano?
Marcelo Rospide:
De cabeça não. Vou te dizer que teve várias contratações. Umas ou outras aparecem mais na mídia, mas entendemos que todos que contratamos têm potencial. Vamos ter de trabalhar os atletas para torna-los aptos para compor o grupo profissional. Porque o nosso trabalho, diferentemente do que muitas vezes se cobra, vai até o jogador estar pronto para compor o profissional. Se ele vai jogar ou não, não é minha função. Porque não temos como precisar o que vai acontecer. Então, a nossa preocupação reside em proporcionar ao atleta uma qualificação para que ele, ao ser promovido, esteja bem.

UOL Esporte: Como você se posiciona em relação ao acordo dos clubes na base?
Marcelo Rospide:
Isso é uma coisa que já estava acertada antes mesmo de eu chegar, quando teve aquela reunião na CBF. O Corinthians sempre procura um acordo com o clube formador, porque você não pode matar isso. A gente fez isso com o Botafogo e com o Vasco, por exemplo. E avisava que se eles não topassem não teria negócio.
Nota da redação: O acordo firmado em 2011 tinha como objetivo evitar o “aliciamento” nas divisões inferiores. Hoje, a Copa São Paulo do ano que vem está ameaçada por um boicote dos clubes ao São Paulo, que teria descumprido o acordo ao contratar um jogador da Ponte Preta.

UOL Esporte: O São Paulo alega que as boas condições que oferece acabam conquistando os pais e os próprios atletas. Funciona assim também com o Corinthians?
Marcelo Rospide:
Não. Até porque o Corinthians não trata jogadores da base como estrelas, não dá salários de R$ 15 mil para garotos de 15 anos. O São Paulo também participou do acordo, mas me parece que foi na época do Renê Simões, e depois isso mudou. A gente não precisa prejudicar o outro clube.

UOL Esporte: Como tem sido esse contato com o profissional?
Marcelo Rospide:
O que aconteceu constantemente neste ano foram jogadores da base irem treinar no futebol. Porque o grupo fica reduzido e a gente tem esse papel. E a gente manda quem quer premiar. Vai treinar no profissional quem está bem, até pela meritocracia que tentamos implantar aqui. Essa proximidade com o profissional hoje existe. O Fabio Carille, o próprio Cleber Xavier [assistentes de Tite], o Edu Gaspar [gerente de futebol] vêm ver um treino aqui, acompanham um jogo.

UOL Esporte: Hoje você times como o Santos, por exemplo, com vários jovens ganhando chances no profissional. E o Corinthians vai em um ritmo mais lento, cuidadoso.
Marcelo Rospide:
O Santos já tem, historicamente, uma filosofia de promover jovens. E isso é cultural dentro do clube. Já vejo outros clubes que o fazem por necessidade, por falta de recursos. E às vezes dá certo. Às vezes. Apesar disso, se tu olhar vai ver que os jovens podem ter um bom desempenho, mas sustentar para ganhar um título é mais difícil. Quando o clube projeta um titulo, ele necessariamente vai buscar jogadores mais experientes para mesclar com jovens.

UOL Esporte: Mas há uma linha tênue entre esperar a hora certa e demorar demais para lançar alguém.
Marcelo Rospide:
É uma linha tênue. Na verdade, não é o meu querer, nem o querer de quem está aqui na base. É o momento que os caras estão ali em cima, se eles estão em momento bom. Mas geralmente a promoção de atletas é na dificuldade, quando deveria ser o contrário. Hoje eu vejo o Inter fazendo isso bem, gradativamente, tendo aproveitamento melhor até no mercado, vendendo dois ou três atletas por ano. A gente começou um trabalho de mercado externo agora e, se tudo der certo, a perspectiva é boa. A ideia é colocar jogadores no mercado europeu com preço estipulado para venda. É o que está acontecendo com João Pedro, Nick e PC [jogadores sub-20 emprestados para clubes de Portugal]. Começa a nos criar também uma outra perspectiva em termos de mercado, porque é impossível aproveitar 100% da base no profissional. Pegar o time titular da base e colocar os 11 no profissional é muito difícil.

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  • Rubens Chiri/Site Oficial

UOL Esporte: O Flamengo de dois anos atrás, que venceu a Copa SP, é um exemplo do que não se pode fazer, por não ter conseguido concretizar até agora a geração do Adryan?
Marcelo Rospide:
Não vou cravar que é o exemplo de não se fazer, mas o fato de o jogador ter tido sucesso no sub-20 não é determinante para que tenha o êxito no profissional. A gente tem de cuidar muito dessa transição, porque é isso que mexe com o atleta. Hoje me preocupo muito mais com o perfil psicológico. Tem atletas que, pontualmente, a gente diz que é bom, mas como ele vai chegar lá quando o salário quadruplicar, que o assédio for muito maior e ele começar a conviver jogadores de outra realidade? Isso é o que mais atrapalha. Muitas vezes ele tem de sair do clube para dar certo. Todo o problema é a transição, porque os clubes formam. Tem processo, tem trabalho, tem sequência. Tem erros e acertos, estamos sujeitos a erros de avaliação, é do jogo.

UOL Esporte: Hoje, jogadores como Léo e Paulinho estão frequentemente à disposição do Tite no profissional. Como funciona esse sistema?
Marcelo Rospide:
Léo e Paulinho eu não conto como atletas meus. São atletas do grupo profissional que, devido à nossa afinidade, Edu e eu sempre conversamos, os caras baixam para jogar com a gente [na base]. Amanhã é dia de coletivo aqui? Então baixam os caras do profissional, treinam com a gente, jogam e segunda estão lá de volta com o Tite. Se o Paulinho não pode, então desce o Antonio Carlos e o Mateus, por exemplo.

UOL Esporte: Essa comunicação melhorou?
Marcelo Rospide:
Acho que sim. Parte disso vai também da afinidade, porque a gente percebe que há intenção do profissional de querer ajudar. O Edu me liga e quer ver onde é o treino, manda o Fabio [Carille]. E, ao mesmo tempo, estamos municiando os caras de informação. No sub-20, a gente filma o jogo, faz a edição e manda para eles poderem participar mesmo não estando presente. E tem uma troca de informações, um feedback. Eles dizem: ‘tal jogador vem bem. Ou não, não é por aí, manda um outro’. Isso é importante também para ir qualificando o processo.

UOL Esporte: A torcida sempre quer saber quando vem um fora de série, e ela vê os rivais lançando jogadores desse tipo. O Corinthians vislumbra isso na sua base?
Marcelo Rospide:
Eu acho que sim. Talvez seja um pouquinho mais em médio prazo, mas tenho algumas convicções. Tenho convicção que ano que vem, da forma que estamos nos estruturando, e como vai ter a subida das gerações, isso vai qualificar de tal forma que a gente vai começar a brigar em qualquer competição que a gente estiver.

UOL Esporte: Hoje vocês não brigam?
Marcelo Rospide:
Esse ano não. Esse ano está sendo complicado, exatamente porque estou dentro desse processo de transição. Eu estou procurando qualificar muito o departamento também. Às vezes, as pessoas falam que tem muita gente, mas falta gente. Na categoria júnior não tinha auxiliar, e hoje tem. Estou trazendo um auxiliar para o sub-17, sub-15. Estou tentando agregar pessoas para qualificar o todo. O Corinthians tem alguns jogadores diferenciados. Hoje, a gente já conta com algumas convocações para a seleção brasileira. Acho que o trabalho vem se qualificando ao longo do processo.

UOL Esporte: Mas foi um ano complicado em termos de resultados?
Marcelo Rospide:
Foi complicado. A gente teve, com o sub-15, bons resultados em uma competição em Cingapura, ganhamos a semifinal do Arsenal. As equipes todas estão bem no Paulista, à exceção do sub-20, que está sofrendo um pouco. Está todo mundo caminhando.

UOL Esporte: Mas sem grandes brilhos em termos de resultados.
Marcelo Rospide:
Exatamente. Vou lutar muito nos Brasileiros sub-17 e sub-20, que começam em novembro e dezembro, e é óbvio que a Copa SP é um torneio especial, que o Corinthians vive muito.

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UOL Esporte: Neste ano, o desempenho esteve abaixo do esperado.
Marcelo Rospide:
Foi. E é como eu te disse, já vinha o planejamento. Nesse ano, o Paulista é prioridade nas categorias. Eu sempre gostei de valorizar o torneio regional, porque ele te dá aquela segurança de saber que está bem na sua casa, na sua região, e a partir dali começa a se pensar em algo maior. O foco agora é buscar os títulos paulistas e a partir daí começar o processo de Copa SP. Uma coisa interessante que a gente transformou foi colocar os caras para competir com idade maior, subindo de categoria. E isso tem dado um resultado legal. Ele volta para a idade dele diferente. Não é jogar o tempo todo, promover antes da hora. Mas se surgiu oportunidade de colocar meninos [nascidos em] 1999 no juvenil, sobe os caras. Assim como o profissional faz com a gente. Estou procurando reduzir os grupos, porque quando cheguei tinham grupos muitos grandes, a pirâmide estava um pouco invertida. Eu vejo que com 11, 13 anos você tem de ter um elenco mais inchado, aí vai subindo menos e vou trazendo de baixo. Isso deu um resultado muito bom na prática.

UOL Esporte: Você estabelece uma meta para a Copa SP?
Marcelo Rospide:
A cobrança é pelo titulo, isso não vou me omitir. Sei que a cobrança é pelo titulo, mas eu entendo que em categoria de base, e até nos profissionais, sempre que chegar entre os quatro eu acho que o papel está feito. O Corinthians, pelo tamanho do clube, pela estrutura, mesmo com precariedade de campo, tem de batalhar para estar entre os quatro.

UOL Esporte: Como é a estrutura hoje e como funciona a parceria com o Flamengo?
Marcelo Rospide:
O alojamento, o refeitório e nosso campo de mando é lá. Nosso estádio é lá, com a nossa administração, atletas de 14 a 18 anos alojados. Lá é todo meu QG. Mas tenho de sair de lá para treinar.

UOL Esporte: Não dá pra usar campo todos os dias?
Marcelo Rospide:
Não. Então geralmente a gente usa o campo do Parque São Jorge, ou vai vendo campos ali na região de Guarulhos, que a gente aluga e aí faz o trabalho.

UOL Esporte: Há cerca de dois anos, jogadores da base chegaram a reclamar da estrutura precária. Como isso está hoje em dia?
Marcelo Rospide:
Estruturalmente houve melhorias. Já cheguei em uma outra condição, e me falaram que haviam feito melhorias. E ainda estão sendo feitas permanentes melhorias, porque o que acontece é que se tinha uma ideia de tempo [de parceria] e o tempo extrapolou. E como extrapolou o tempo, a gente tem de providenciar novas instalações para seguir o processo. O ideal é só quando tiver todo mundo junto.
Nota da redação: O Corinthians está construindo um CT da base, ao lado do espaço usado pelos profissionais, que abrigará todo o departamento quando for inaugurado. 

UOL Esporte: Hoje, a filosofia do Corinthians na base é parecida com a que a gente vê no Tite, que pede muita aplicação tática e marcação?
Marcelo Rospide:
Desde o início do ano a gente buscou estabelecer um perfil de atleta para o Corinthians. Eu venho de uma escola do Rio Grande do Sul. Não é melhor nem pior, mas é diferente. A gente acredita muito mais na competição, por apostar mais nisso que na qualidade propriamente dita. Eu aqui trabalho com três pilares. O primeiro é a performance. Tem de estar no Corinthians quem tem condições. O segundo é a disciplina, seja ele disciplina extracampo, como cidadão, se cuidando e se preservando, seja a disciplina interna, de obedecer as normas, ou de ser taticamente um cara responsável. O terceiro é o comprometimento com o clube que te dá oportunidade. Eu falo para eles: ‘Eu venho lá do Sul e sei que o Corinthians tem uma característica, como que vocês aqui dentro não entendem isso? Que o torcedor quer um cara que seja mais de entrega, que aqui o cara às vezes aplaude mais quem dá o carrinho do que aquele que dá o drible’. Então esse é o Corinthians. E que valorizem a oportunidade de estarem aqui. Hoje o futebol vem de uma falsa realidade para o pessoal da base. Eles começam a se achar jogadores antes da hora, porque a rigor você tem empresário, você tem salário, tem um bom contrato. Você é jogador, aparece na TV. Só que você não é ainda, de verdade. A gente está tentando fazê-los entender um pouco isso para ter mais entrega no trabalho.

UOL Esporte: Na seleção, o Gallo tentou algo nessa linha, quando ele tentou evitar cabelos extravagantes e brincos, por exemplo. Você teve problema com isso por aqui?
Marcelo Rospide:
Digamos que o clube tem normas. Já tinha, mas eu cheguei e dei uma apertadinha no parafuso. São questões mais internas.

UOL Esporte: Quais são essas normas?
Marcelo Rospide:
A gente procura falar assim: ‘Preserva a imagem, não só enquanto atleta, mas a imagem do clube’. Então a gente pede para que se evitem cabelos e adereços extravagantes em momento de trabalho. É claro que se o cara está fora do ambiente de trabalho, eu também não posso proibir, porque hoje infelizmente o jogador tem um estereótipo, a mídia vende isso. E o jovem vai atrás. Então aqui dentro a gente pede uma postura adequada, que se respeite as questões do clube em redes sociais, e aí vem depois coisas mais naturais como cumprimento de horário, dedicação. Não tive dificuldade, mas cheguei dando mais uma apertadinha, porque considero que sem isso é difícil ter sucesso.

UOL Esporte: Qual é a participação do Tite em todo o processo descrito por vocês?
Marcelo Rospide:
Nós estamos em um processo de alinhamento, e isso está caminhando. Desde o início a gente alinhou os testes físicos, com metodologia de trabalho que o Fabio [Mahseredjian, preparador físico da comissão de Tite] passou para nós. No decorrer do ano, agora estamos alinhando as questões técnicas. O jogador que chega aqui [depois de passar pelo profissional], quais deficiências ele está apresentando? Porque aí se dá mais valor a isso aqui na base. O Tite, especificamente, participa, mas não diretamente. Ele participa como cabeça do processo ali no profissional, e a gente usa muito o profissional como exemplo. Vamos esquecer que os últimos jogos não tem sido o resultado que se espera, mas é uma equipe de entrega, de aplicação tática.