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COF apoia Nobre, mas sente falta de detalhes sobre centenário do Palmeiras

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

09/10/2013 06h00

Atualmente, nada é mais sigiloso no Palmeiras do que os planos do clube para o centenário, que será comemorado no ano que vem. Nem mesmo os conselheiros do time alviverde possuem informações claras do que será feito. O presidente Paulo Nobre tem concentrado as informações e faz de tudo para impedir vazamentos. No entanto, o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), órgão que controla os gastos do clube, já começou a torcer o nariz diante de tanto mistério.

Embora apoie e dê um voto de confiança ao mandatário alviverde, o COF se sente um tanto excluído do planejamento. Até o momento, Nobre se esquivou de entrar em detalhes sobre o assunto nas reuniões mensais realizadas com o conselho. A falta de informação e a proximidade do final do ano preocupam.

“Ele declarou no último encontro que estava tudo sendo planejado, que vem algo grande por aí. Disse que está trabalhando. Mas não fala em nada específico. Ele merece um voto de confiança”, disse ao UOL Esporte Alberto Strufaldi, presidente do COF, admitindo que está “curioso” para saber o que virá.

Conselheiros ouvidos pela reportagem do UOL Esporte compartilham da mesma opinião. Mesmo que não critiquem a gestão de Nobre abertamente, eles se sentem um pouco desprestigiados por não conhecerem mais a fundo os detalhes das festividades que irão ocorrer em 2014. Consideram um pouco frustrante não poderem tomar parte de modo mais efetivo em um momento tão importante na história do clube.

Como é de praxe na atual gestão palmeirense, a diretoria não comenta assuntos administrativos publicamente, de acordo com o informado pela assessoria de imprensa do clube procurada pela reportagem.

Até o momento, o Palmeiras divulgou pouco o que fará para comemorar o centenário. Além da inauguração do novo estádio e de algumas ações, ainda sigilosas, com o ex-goleiro Marcos, o clube lançou um relógio progressivo e também uniformes especiais para a ocasião, além de mudanças no Avanti, programa de sócio-torcedor do clube.

Sobre o COF

No final do mandato de Arnaldo Tirone, no início deste ano, o COF foi o responsável pelo controle de gastos do dirigente com o clube. Com esse poder, o grupo formado por 15 conselheiros fez jogo duro e não aprovou nenhuma proposta levada por Tirone em 2013. Dois exemplos foram a renovação contratual de Marcos Assunção e a contratação de Riquelme, ambos vetados pelos conselheiros.

O COF adquiriu a responsabilidade de controlar os gastos do clube com o consentimento do próprio Tirone no fim do ano passado. Dirigentes do clube chegaram a culpar o fato pela falta de reforços para 2013, quando o órgão passou a vetar os pedidos do ex-presidente.

ELEIÇÃO PARA O COF OCORREU NO INÍCIO DO ANO; TIRONE É MEMBRO NATO

  • A eleição de 15 integrantes do COF (Conselho de Organização e Fiscalização) do Palmeiras para o biênio 2013-2014 resultou em divisão de poderes no clube. Oito integrantes são apoiadores do novo presidente Paulo Nobre, enquanto sete já formam a oposição alviverde no conselho.

    Sete integrantes já faziam parte do órgão durante a gestão de Arnaldo Tirone, incluindo o presidente Alberto Strufaldi. Isso significa que o COF tem oito novos conselheiros no poder.

    Os membros eleitos do COF são Savério Orlandi, Francisco Gervásio Primo, Alberto Strufaldi Neto, Carlos Affonso Della Monica, Renato Casanova, Sérgio Moysés, Manoel Dantas Pinheiro Filho, Norberto Maurício Liotti, Antonio Sérgio Orciuolo, Mário Kaminski, Ademir Geová da Silva, Luiz Carlos Granieri, Sérgio Roberto Granieri, Luiz Bertanha Filho e Caetano Fortino Neto.

    Além dos 15 integrantes eleitos, o COF do Palmeiras é formado pelos ex-presidentes do clube Affonso Della Monica, Carlos Bernardo Facchina, Luiz Gonzaga Belluzzo, Mustafá Contursi e Arnaldo Tirone.