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Michael vira exemplo no Flu e dá palestras à base para reduzir pena

Michael tem se apresentado a uma clínica de reabilitação na zona sul do Rio após os treinos do Fluminense - Nelson Perez/Fluminense FC
Michael tem se apresentado a uma clínica de reabilitação na zona sul do Rio após os treinos do Fluminense Imagem: Nelson Perez/Fluminense FC

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/10/2013 06h00

Enquanto Michael cumpre a suspensão de 16 meses por ter sido pego no antidoping com cocaína e se trata em uma clínica de reabilitação, o Fluminense usa as dificuldades passadas pelo atacante de 20 anos para alertar os jogadores de suas categorias de base sobre os perigos do uso de drogas ilícitas.

Michael já tem participado de palestras para jogadores das categorias de base do Fluminense com o objetivo de reduzir a sua pena e antecipar a volta aos campos para janeiro de 2014. O primeiro depoimento aos jovens aconteceu no dia 26 de setembro, nas Laranjeiras, quando o atacante deu seu testemunho aos atletas da equipe sub-20 tricolor.

“Na própria decisão do STJD sobre a pena dele, já estava previsto que ele poderia reduzir a suspensão para oito meses caso realizasse exames mensais que comprovassem que ele estava sem usar drogas e desse ao menos uma palestra por mês para os meninos das categorias de base do clube”, explicou o advogado do Fluminense, Mário Bittencourt.

Para confirmar a redução da pena, o Fluminense apresentará relatórios mensais ao STJD até dezembro, quando o tribunal decidirá se acata a diminuição da suspensão. Se a conduta de Michael for aprovada, a pena cairá pela metade, o que adiantaria o retorno do atacante para janeiro de 2014.

Segundo o Fluminense, o depoimento aos jovens também faz parte do processo de recuperação de Michael, que admitiu ter usado cocaína por algumas vezes antes de ter sido pego no antidoping. Nos últimos quatro meses, o jogador tem se dividido entre os treinos e o tratamento numa clínica de reabilitação na zona sul do Rio de Janeiro.

Michael fará palestras para todas as categorias da base do Fluminense. A equipe sub-20 foi apenas a primeira a ouvir o testemunho do atacante sobre o perigo das drogas, mas o jogador ainda falará para os times sub-17, sub-15, sub-13 e sub-11. A ideia é que o depoimento desestimule outros atletas a seguir pelo mesmo caminho.

“Essas palestras são importantes para que os garotos vejam o que o envolvimento com as drogas pode causar, na prática, à carreira deles. Eles estão vendo um companheiro que não pode jogar, exercer sua profissão, por conta disso. É uma conscientização importante para esses garotos que estão começando no futebol”, explicou o gerente da base do Fluminense, Fernando Simone.

Preocupado com a situação de Michael, o Fluminense banca todo seu tratamento desde que ele foi pego no antidoping. O Tricolor também manteve o pagamento dos salários do atacante de forma integral, mesmo com a suspensão.

Relembre o caso

Michael foi flagrado no exame antidoping por uso de cocaína em abril, após a vitória por 2 a 0 contra o Resende pelo Estadual. O jogador de 20 anos, formado nas categorias de base do Tricolor, admitiu o uso da droga mais de uma vez a dirigentes e o clube não pediu contraprova. Além da punição preventiva de 30 dias, o jovem passou a cumprir suspensão voluntária, que agora será abatida da pena final de oito meses.