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Aos 25 anos e 6 cirurgias, Kerlon diz que lesões prejudicaram a carreira

Bruno Thadeu e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

15/10/2013 06h00

Kerlon chamou a atenção no futebol em 2005 ao executar o “drible da foca”, em que conduzia a bola com a cabeça. O sucesso foi meteórico. De estrela da base da seleção brasileira e com passagem pela Inter de Milão em 2008, o jogador rodou por vários clubes,  sendo o mais recente o Fujieda, da 3ª divisão japonesa.

Atualmente sem clube, Kerlon atribui o sumiço no futebol ao excesso de lesões graves. No mês passado, o atacante de 25 anos foi submetido à 6ª cirurgia, cinco delas no joelho. Desta vez, no joelho direito, o prazo de recuperação é estimado em seis meses.

Em tom resignado, o atacante disse ao UOL Esporte que se considera uma pessoa realizada fora de campo, apesar das lesões. Ele se diz acostumado com as cobranças nas ruas por não ter sido um grande jogador.

“Todo atleta está muito vulnerável. Se tem a chance de dar certo ou não. Eu tive muitas lesões sérias. Perdi boa parte da carreira para me recuperar. Eu tenho 8 anos de carreira e 6 lesões. Nunca tive sequência. Os jogos que fiz foram por pouco tempo. Não tive temporada de 35, 40 jogos”, justifica Kerlon.

“Eu tenho idade para jogar, gosto de jogar. Não sou um jogador frustrado. Sei que esses problemas estão no controle da minha vida. Sou bem casado e tenho uma família que me faz muito feliz”, completou.

Revelado pelo Cruzeiro, o atacante teve passagens pelo Chievo/ITA, Inter de Milão, Ajax/HOL, Paraná, Nacional-MG e Fujieda/JAP.

Kerlon atraiu olhares atuando pela seleção sub-17 no Sul-Americano de 2005. O atacante fez boas apresentações no torneio, usando o “drible da foca” como estratégia para tentar superar adversários.

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  • As pedaladas de Robinho? Ou o elástico de Romário? Talvez a 'foquinha' de Kerlon? Ou até quem sabe a lambreta de Leandro Damião? Assista a todos esses lances e eleja o drible mais genial.

A jogada de efeito era vista como menosprezo por rivais; Kerlon nega tal intenção, destacando que era uma estratégia de ataque.

O drible gerou polêmica no clássico entre Cruzeiro x Atlético-MG, em 2007,quando Kerlon foi derrubado por Coelho, desencadeando confusão no Mineirão.

Na época, o zagueiro Luiz Alberto, então do Fluminense, criticou Kerlon e disse que "arregaçaria" o atacante se fosse com ele. 

“Foi uma jogada que eu criei com meu pai como forma de dificultar o desarme. Fiz sempre em busca do gol. No Japão foi mais difícil, porque o jogo é mais rápido e eles não marcam falta. No Brasil se tem mais espaço, é mais técnico”.

  • Reprodução

    Kerlon ganhou versão em miniatura em sua passagem pelo Japão

O “Foquinha” quer voltar a atuar no futebol brasileiro e acredita que em fevereiro estará apto a jogar.

“Eu estava para acertar com o Verdy Tokio em agosto, mas ganhei essa lesão de ‘presente’ no Japão. Tive que fazer outra operação no joelho. Mas quero voltar a jogar no Brasil no próximo ano”, diz Kerlon, que fará seu tratamento em Belo Horizonte.

Foquinha em miniatura no Japão

Kerlon defendeu neste ano o Fujieda, time semiamador no Japão. A torcida local tratou o brasileiro como ídolo. O atacante inspirou a criação de produtos ligados a seu nome, como xampus, refrigerantes e bonecos em miniatura.

“O Kerlon era o principal jogador do time em termos de criação. Mas ele teve problemas de lesão e não fez muitos jogos”, informou o jornalista inglês Cam Melling, torcedor fanático do Fujieda e que possui um blog sobre o clube japonês.

KERLON E O DRIBLE DA FOQUINHA