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Governo desiste de "troca de dívida" e quer reparcelar débito de clubes

Secretário nacional de Futebol, Antônio Nascimento (dir), junto com ministro Aldo Rebelo - Glauber Queiroz/ ME
Secretário nacional de Futebol, Antônio Nascimento (dir), junto com ministro Aldo Rebelo Imagem: Glauber Queiroz/ ME

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/10/2013 16h56

O governo acatou o pedido de dirigentes e resolveu suspender, pelo menos por ora, o projeto de permitir que clubes de futebol paguem suas dívidas por meio de investimentos em iniciativas de apoio ao esporte. Após os próprios presidentes de times criticarem a proposta, o secretário nacional de Futebol, Antônio Nascimento, afirmou que o Ministério do Esporte vai priorizar o reparcelamento das dívidas.

“Nós estamos em pleno entendimento com os clubes”, disse Nascimento, ao UOL Esporte nesta sexta-feira. “Se os clubes acham que não é hora de fazer a troca de dívidas, vamos investir numa espécie de Refis [programa de recuperação fiscal. Não vamos insistir se eles não acham interessante.”

Na quinta-feira, uma comissão de presidentes de clubes se reuniu na sede da CBF justamente para falar sobre as dívidas das agremiações, que hoje são de cerca de R$ 4 bilhões. Após o encontro, eles afirmaram que a ideia inicial do governo era complicada e poderia demorar muito para ser implantada. Por isso, o melhor para as agremiações hoje seria o reparcelamento das dívidas.

"Os clubes querem pagar a dívida, mas querem mais prazo. Não queremos perdão, anistia, nada.", afirmou o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, após a reunião na CBF. "Essa dívida é uma coisa que tem ser paga. Outra coisa é o investimento no esporte. Uma coisa não pode ser vinculada a outra senão complica."

O UOL Esporte procurou o Ministério do Esporte para falar sobre o assunto. O órgão informou na quinta que tinha o apoio dos presidentes para sua proposta. Por ela, ao invés dos clubes pagarem as dívidas diretamente ao governo, eles poderiam abater uma parte desses débitos criando escolinhas de esportes olímpicos em sua sede, por exemplo.

Nesta sexta, o secretário de futebol passou outra posição. Disse que o governo já havia conversado com os dirigentes há cerca de 20 dias. Confirmou que vai acatar o pedido dos cartolas e priorizar a renegociação dos débitos.

A ideia dos presidentes é "moralizar" a conta dos clubes. Se o reparcelamento for aprovado, os times estão dispostos até ter parte do seu faturamento bloqueado para o pagamento dos débitos tributários.