Bom pagador, Atlético-PR promete oposição à ajuda do governo a clubes
O Ministério do Esporte ainda nem entregou à presidente Dilma Rousseff um projeto para parcelar as dívidas dos clubes brasileiros, mas já encontrou um grande opositor. Insatisfeito com o formato apresentado pela pasta, o Atlético-PR fala até em fazer uma objeção formal à ideia.
A ideia do Ministério é apresentar o projeto em até 15 dias, para ser tocado por meio de projeto de lei ou Medida Provisória. O plano admite refinanciar as dívidas dos clubes, com descontos e prazos de pagamento que podem oscilar entre 15 e 20 anos.
Além disso, o Ministério fala em oferecer vantagens e descontos para os clubes que optarem por prazos menores para o pagamento. É esse ponto que preocupa o Atlético-PR, que está adimplente e vê vantagens competitivas a rivais que são perdulários e maus pagadores.
“Eu sou contra”, resumiu o presidente do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia. “Se o projeto passar assim, vou fazer tudo que puder para melar essa história”, completou o dirigente.
Petraglia esteve em São Paulo na última terça-feira para o evento Business FC. Durante o encontro, o presidente do Atlético-PR aproveitou para conversar com Toninho Nascimento, secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor no Ministério do Esporte.
Nascimento respondeu a Petraglia que a vantagem do Atlético-PR será um gasto menor no balanço anual. “Se o Flamengo tiver de pagar R$ 2 milhões por mês, por exemplo, eles terão um comprometimento de receita que uma equipe adimplente não precisará fazer”, afirmou o secretário.
A explicação do representante do Ministério, contudo, não foi convincente para o mandatário do Atlético-PR. “Ora, o clube que não pagou direito e não se preparou vai ser beneficiado. Isso será uma vantagem competitiva para eles, que terão maior potencial de investimento. E eu, que paguei meus impostos e estou em situação boa, não vou ter nenhum benefício por isso?”, questionou.
A dívida dos clubes brasileiros é avaliada pelo Ministério do Esporte em mais de R$ 4 bilhões. O plano de refinanciamento prevê um abatimento de 50% nos juros, segundo o governo.
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