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Palmeiras vai atrás de "esquecidos" para implantar novo modelo de contrato

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

11/12/2013 06h00

Para conseguir reforçar o Palmeiras no ano do centenário sem abrir mão do novo modelo de produtividade, a diretoria alviverde traçou um perfil de jogadores “esquecidos” ou mais veteranos para poder trabalhar com uma margem de negociação favorável a sua filosofia. A avaliação é a de que é mais fácil convencer atletas que não estão sendo disputados pelo mercado a aceitar esse tipo de acordo.

“Todo bom jogador tem espaço no Palmeiras desse que as partes entrem em acordo. Sobre isso não há exceção a nenhum grande jogador”, afirmou o presidente Paulo Nobre, sem dar prazos para novidades. “Nós não colocamos prazo para acontecimentos, porque senão viramos refém do próprio prazo. Gostaria de ter alguma novidade até o fim do ano, mas isso não é nenhuma promessa. A única promessa que faço desde o início da minha gestão é a de muito trabalho”, completou.

Jogadores como Elano, Lúcio e Bruno César, que negociam com o Palmeiras, se adequam a esse perfil. O primeiro perdeu espaço no Grêmio e vive uma fase de desconfiança. Como precisa demonstrar serviço para voltar a ter um lugar de destaque no futebol nacional, é uma opção que cabe nos planos alviverdes.

O zagueiro Lúcio, por sua vez, está encostado no São Paulo desde julho e interessa ao Palmeiras. Aos 35 anos, o pentacampeão não foi bem em seu retorno ao futebol brasileiro e quer uma solução para não ficar parado em 2014. Ele se encaixa exatamente no que a diretoria procura: um atleta que, por não viver um bom momento e ser veterano, aceitaria uma diminuição de salário e um contrato de produtividade para ter mais um tempo em uma equipe de grande visibilidade.

O meia Bruno César entra no radar do Palmeiras não por ser um veterano, mas por estar “escondido” defendendo Al Ahli, da Arábia Saudita. Para retornar ao Brasil, o atleta já disse, inclusive, que aceitaria uma redução de salários para se adequar ao novo perfil de atletas do time do Palestra Itália.

"Isso é o de menos. O importante é voltar e dar sequencia à minha carreira. Acho que se precisar diminuir o salário para fechar com qualquer time, farei sem problemas. Pode acontecer, mas estamos conversando para acertar da melhor forma para ambas as partes e ainda não definimos nada", analisou Bruno.

Kleina já comunicou à diretoria que posições considera fundamental reforçar. O comandante alviverde quer um centroavante, dois laterais (um direito e um esquerdo), um zagueiro e um meia. Essas posições serão as prioritárias nas negociações a partir de agora.

Outro jogador na mira do Palmeiras é o meia Alex, ídolo do clube, atualmente no Coritiba. Neste caso, o time alviverde procura investidores para tentar viabilizar a negociação. Sem citar nomes, Nobre deixa claro que não quer o retorno de atletas só por serem ídolos, mas pelo que podem render em campo. “Só por ser ídolo, não é motivo de contratação. O ídolo tem todo o carinho do clube e da torcida. Mas para vir precisa fazer algum sentido para a comissão técnica”, disse.