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Cúpula do Palmeiras mostra pessimismo sobre orçamento em ano do centenário

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

13/12/2013 06h00

Conselheiros e diretores estão pessimistas em relação ao orçamento do Palmeiras para 2014, que será apresentado na próxima quinta-feira em reunião do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), órgão responsável por fiscalizar a gestão no Palestra Itália. Nem mesmo o centenário do time alviverde parece promissor para atrair mais verba.

A não ser que haja uma surpresa de última hora, conselheiros e diretores trabalham com a hipótese de 2014 ser mais um ano de vacas magras em termos de investimentos no clube. Segundo apurou o UOL Esporte, o COF já tem um conhecimento prévio do que será apresentado na reunião, que terá a presença do presidente Paulo Nobre.

O principal ponto de desconforto é a falta de patrocínio máster. O Palmeiras não estampa um parceiro comercial em sua camisa desde o início do ano. As verbas pagar pela TV Globo pela transmissão de jogos já estão comprometidas. Logo, o clube fica sem uma “gordura” para poder trabalhar.

Nem mesmo a notícia de que o clube irá receber ainda neste mês R$ 54 milhões de um fundo deixou a situação mais tranquila. O montante foi obtido usando um processo denominado Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), por meio do banco Votorantim. Desta forma, os juros são mais baixos do que um empréstimo comum. O clube irá usar seus créditos futuros para pagar dívidas. Ou seja, irá movimentar um dinheiro que ainda não tem, mas que vai receber futuramente.

Embora ainda não falem disso abertamente, os dirigentes irão usar o dinheiro do fundo para investir em contratações, pagar dívidas – como o empréstimo feito em nome do próprio presidente Paulo Nobre, de R$ 35 milhões – e também para melhorias na sede social do clube.

“Vamos falar que o Palmeiras era um cobertor que não cobria a cabeça e os pés ao mesmo tempo. Eu dei uma atenção ao futebol em 2013, porque não existiria 2014 para o Palmeiras na segunda divisão. Em 2014, as atenções serão mais voltadas ao clube”, confirmou o presidente Paulo Nobre na última terça-feira.

Sobre o pessimismo dos conselheiros em relação ao planejamento orçamentário para o ano do centenário, o Palmeiras, procurado pela reportagem, preferiu não se manifestar. Não comentar assuntos considerados internos é uma política do clube na atual gestão. A forma como o dinheiro será gasto também não foi divulgada.