Festa na vitória do Casablanca tem buzinaço, funk e 'dança a la Mazembe'

À primeira vista os marroquinos parecem pessoas recatadas, conservadoras e até carrancudas. Mas basta um jogo de futebol para a imagem cair por terra. Eles passariam tranquilamente por brasileiros, acredite. A classificação do Raja Casablanca em cima do Monterrey causou comoção até em outra cidade com direito a buzinaço, funk e dança em Marrakech. 

Os marroquinos dizem que adoram futebol. Não há como negar. As televisões de todos os bares da cidade estavam ligadas na partida que decidia uma vaga na semifinal do Mundial de Clubes. Frequentadores olhavam atentos com as cadeiras viradas para a TV, e deixavam até a cervejinha em cima da mesa de lado.

Nem a inexplicável falta de um telão para a transmissão dos jogos na Fan Zone, a área de entretenimento da Fifa, atrapalhou. O jeito foi se apertar em frente à única televisão no local, no estande de um dos patrocinadores, para ver a partida. Silêncio total até Chitibi abrir o gol aos 24 minutos do primeiro tempo.

Foi o sinal que precisava para a festa esquentar. Ao som do grupo Live, os jovens fizeram do local uma balada de rap e funk e deram uma aula de estilo de danças.  

Uma roda se abriu e começou o show de ‘street dance’ em que dançarinos exibiam passos acrobáticos sob palmas e gritos dos espectadores. Exibiram mortais, um remelexo da cabeça aos pés, uma sequência de saltos de cabeça para baixo e até um inusitado passo que deixaria amargurado qualquer torcedor do Internacional: o ‘passo Mazembe’.

Um dos dançarinos repetiu a cena do goleiro Kidiaba, após vencer a semifinal do Mundial de Clubes de 2010, ao quicar sentado no chão.

Nos bares próximos ao local, o empate do Monterrey e a inevitável prorrogação deixaram o clima tenso.  Cada chance de gol perdida era lamentada com gritos, mão na cabeça e socos na mesa. 

Quando o jogo terminou com vitória, uma festa digna de título importante ou Copa do Mundo começou. O buzinaço nas ruas e a gritaria nos bares faziam jus à alegria dos jogadores do Raja Casablanca em Agadir. O Atlético-MG já sabe que terá um forte concorrente não só em campo.