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Oposição do São Paulo boicota reunião e barra contrato do novo Morumbi

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo*

17/12/2013 20h57

O grupo de oposição do São Paulo, aliado ao candidato à presidência Kalil Rocha Abdalla, não compareceu à reunião do conselho deliberativo na qual seria votada a aprovação do contrato das obras de modernização do Morumbi, e barrou a votação. Como não houve quórum mínimo de 177 conselheiros (75% do conselho), a votação não foi aberta. Os oposicionistas foram ao salão nobre do Morumbi, mas ficaram do lado de fora e não entraram na reunião. 

Cerca de 60 aliados à oposição ficaram do lado de fora do salão nobre, segundo membros do grupo - aliado de Juvenal Juvêncio, o vice-presidente de comunicações e marketing, Julio Casares, afirma que o número não passou de 29. O candidato Kalil Rocha Abdalla conversou com membros da diretoria e pediu para que seja marcada uma reunião explicativa antes da votação.

A primeira chamada do conselho contou com apenas 125 conselheiros. Sem a votação, a diretoria do São Paulo teme que a aprovação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) atrase ainda mais. O projeto, anunciado no fim de 2011, não saiu do papel até hoje.

Os oposicionistas já ameaçavam o boicote e alegavam que não puderam ver detalhes do contrato antes de votar pela aprovação. A CVM não permite que o contrato completo seja aberto. A diretoria colocou à mostra apenas extratos do contrato, além do parecer de dois escritórios de advocacia, e se colocou à disposição para responder todas as perguntas, conforme disse o assessor da presidência e responsável pelo assunto, José Francisco Manssur, ao blogueiro Vitor Birner.

Agora os oposicionistas pedem para que seja marcada uma reunião explicativa, apresentando-se os extratos do contrato, antes da votação. Os aliados de Abdalla e do ex-superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha não querem votar no mesmo dia em que serão apresentados ao projeto. 

A CVM confirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que o modelo de contrato que envolve a criação de um fundo de investimentos não pode ser completamente exposto antes da aprovação, sob o risco de que o mercado possa ser influenciado pelas informações.
 
No fim de novembro o São Paulo firmou contrato com a Andrade Gutierrez, construtora, e com outros parceiros. A XYZ Live, que vai operar a arena de shows no novo projeto, a Lacan Investimentos, que servirá como fundo, e a Multipark, responsável pelos estacionamentos, entraram no acordo. O projeto será financiado pelo BTG Pactual. O projeto será bancado por meio de investidores, que poderão explorar arena e estacionamentos durante 20 anos. 
 
Quando lançado, no fim de 2011, o projeto tinha custo estimado em R$ 300 milhões quando anunciado, no fim de 2011, e hoje prevê gastos de R$ 408 milhões – a Andrade Gutierrez pediu ao São Paulo a captação de R$ 450 milhões, valor em que a obra esta contingenciada.
 
*Atualizada às 22h42