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Após R$ 60 mi em 2013, Corinthians só prevê mais R$ 6 mi em reforços

Uendel, lateral esquerdo da Ponte Preta - PontePress/Guilherme Dorigatti
Uendel, lateral esquerdo da Ponte Preta Imagem: PontePress/Guilherme Dorigatti

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

08/01/2014 06h00

Desde o final do Campeonato Brasileiro, o Corinthians tem deixado clara uma política de pés no chão em relação a reforços. O clube demostrou interesse em Elias, que fez boa temporada no Flamengo, e Marcelo, revelação do campeonato pelo Atlético-PR, mas se assustou com os valores envolvidos. Sem fazer loucuras, o planejamento alvinegro só prevê mais R$ 6 milhões em investimentos para a temporada.

O valor é o que resta dentro do orçamento elaborado pelo departamento financeiro do clube para o ano, que prevê investimento de R$ 10 milhões na contratação de novos jogadores. A vinda do lateral esquerdo Uendel, da Ponte Preta, já custou aos cofres corintianos cerca de R$ 4 milhões. Jucilei, do Anzhi, interessa, mas está avaliado em cerca de seis milhões de euros.

O número mostra um enorme contraste em relação a 2013, quando as contratações de Pato, Gil e Renato Augusto chegaram a cerca de R$ 60 milhões. O orçamento daquele ano previa investimentos de R$ 19 milhões, mas embalado pela conquista do Mundial, e tendo faturado mais de R$ 300 milhões em 2012, o Corinthians optou por abrir os cofres.

A empolgação não vai se repetir neste ano. Fora da Libertadores, a diretoria prevê uma queda em bilheteria e premiação. O acidente no Itaquerão também impediu três meses de receitas do novo estádio, que poderiam ser a solução.

Uma forma de aumentar a verba disponível para contratações seria por meio da venda de algumas peças do elenco, mas mesmo assim, a meta teria que ser bastante ousada. A mesma previsão orçamentária que estabelece os R$ 10 milhões para contratações, já prevê R$ 25 milhões em receitas com a venda de direitos econômicos de jogadores. Para superar esse valor, o clube teria que negociar alguma de suas estrelas, como Pato e Renato Augusto.

Se a nova realidade cria obstáculos à atuação do Corinthians no mercado da bola, outros clubes da Série A passam por situação semelhante. É o caso do rival São Paulo, e dos gaúchos Grêmio e Internacional, que também adotam uma política de não fazer loucuras para reforçar o elenco.

As restrições deixam a Mano Menezes o desafio de buscar no mercado apostas que estejam dentro das possibilidades econômicas atuais, caso do próprio Uendel. Como alternativa, a diretoria pode estudar parcerias com investidores, a exemplo do que fez o Santos com o fundo inglês Doyen para tirar Leandro Damião do Inter-RS.

Enquanto a cúpula corintiana trabalha nos bastidores por outros reforços, Uendel segue sendo a única cara nova no elenco em 2014. O lateral já realizou exames e treinou com o grupo nesta terça-feira, e deve assinar nos próximos dias. O Corinthians estreia no Campeonato Paulista no dia 19, diante da Portuguesa, no Canindé.

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