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Com triunfos em ações na Fifa, Atlético-MG economiza e até reforça o caixa

Atlético-MG obteve vitória em ação movida pelo Boca Juniores envolvendo o zagueiro Cáceres (f) - Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG
Atlético-MG obteve vitória em ação movida pelo Boca Juniores envolvendo o zagueiro Cáceres (f) Imagem: Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

15/01/2014 16h08

A diretoria do Atlético-MG vem trabalhando fora de campo para recuperar situações financeiras indefinidas. O alvinegro mineiro, que tenta a liberação do dinheiro da venda de Bernard, ao Shakhtar Donetsk, teve ação vitoriosa em cima do Boca Juniors, em ação movida desde 2012 e aguarda pagamento do Marítimo, por processo vencido no ano passado.

Em julgamento realizado pela Fifa, o clube mineiro derrotou o Boca Juniors em uma ação em que os advogados argentinos pediam uma indenização de US$ 2 milhões (R$ 4,7 milhões) pelo não cumprimento de uma cláusula no empréstimo do zagueiro Julio César Cáceres ao Olimpia em 2012.

O jogador paraguaio foi emprestado pelo time mineiro ao Olimpia. O atleta não fazia parte dos planos do time mineiro na época e conseguiu a liberação. Na ação movida pelo Boca Juniors contra o Atlético, o clube argentino informou que havia uma cláusula que impedia o negócio.

O Atlético, porém, conseguiu a vitória na justiça, alegando que o jogador não poderia ser impedido de atuar. “O Cáceres não queria ficar no Atlético de jeito nenhum, continuaria como reserva, não seria aproveitado. O Atlético não poderia impedir o jogador de atuar e provamos isso”, explicou o diretor jurídico, Lázaro Candido Cunha.

“A cláusula não poderia impedir o jogador de atuar, o Boca não poderia impedir o atleta de exercer a sua profissão. Ganhamos junto a Fifa, mas ainda cabe uma nova tentativa ao Boca, que poderá optar em levar ao CAS (Corte Arbitral do Esporte), para tentar reverter a situação”, acrescentou.

O clube atleticano ainda aguarda o recebimento do valor de 2,5 milhões de euros, conquistado na Justiça contra o Maritimo, em 2013. O clube português foi condenado pelo Comitê de Estatuto dos jogadores da Fifa por não cumprimento de contrato no caso envolvendo o atacante Kléber, que ano passado esteve no Palmeiras.

 O Atlético negociou o centroavante com o Porto por 2,3 milhões de euros. Para liberá-lo antes do final do tempo de empréstimo, o Marítimo exigia uma compensação financeira de 460 mil euros. Porém, o clube disse não ter recebido a quantia, atrapalhando a negociação.

“Eles recorreram ao CAS (Corte Arbitral do Esporte) tentando reverter o pagamento desta quantia. Agora aguardamos uma definição sobre este valor. Saindo o resultado, o Marítimo terá de pagar a quantia em pouco tempo”, afirmou Lázaro Cunha.

Dinheiro da venda de Bernard

A principal tratativa da diretoria atleticana ainda é em relação ao bloqueio de parte do dinheiro da venda de Bernard ao Shakhtar, em agosto do ano passado. O clube mineiro ainda aguarda definição junto a Procuradoria Geral para conseguir receber os R$54 milhões.

A diretoria atleticana vem tentando o acordo desde a efetivação da negociação do atacante, em agosto passado, arrastando a tentativa de acordo com a Fazenda Nacional, para a liberação dos R$54 milhões, do dinheiro da venda de Bernard. O valor está retido, desde agosto de 2013, mas ainda não conseguiu um acordo. 

 “Ainda não temos novidade, estamos esperando um contato, um acordo. A novela continua e a gente espera que isso se resolva rapidamente, pois o Atlético precisa do dinheiro. Já nos colocamos à disposição para viajar para Brasília, para conversar, acertar, mas não tem nada agendado ainda. Continuamos aguardando um acordo”, explicou Lázaro Cunha.