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Juvenal abre contrato do Morumbi à oposição e marca votação para fevereiro

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo*

15/01/2014 06h00

A diretoria do São Paulo satisfez um pedido dos conselheiros de oposição, que boicotaram e barraram a aprovação do contrato de reforma do Morumbi, no dia 17 de dezembro, e decidiu disponibilizar para análise os documentos do contrato firmado entre clube e parceiros para as obras de cobertura e arena de eventos.  Agora, situação e oposição terão comissão de seis conselheiros em cada ala que poderão analisar entre os dias 16 e 31 de janeiro os documentos no escritório Pinheiro Neto, responsável jurídico da Lacan Investimentos, que servirá como fundo. A nova votação no conselho deliberativo será em fevereiro.

A abertura dos contratos para análise foi informada pelo assessor da presidência José Francisco Manssur na tarde de terça-feira. A alternativa à pressão da oposição – que alegou não ter visto o contrato antes da votação para aprovar a reforma – é a última antes da tentativa de mudança de estatuto. Os aliados do presidente afirmam que caso os oposicionistas não se interessem pela análise do contrato, o conselho deliberativo avançará na proposta de mudança de estatuto e redução do quórum mínimo necessário para iniciar votações entre conselheiros.

No fim de dezembro o presidente Juvenal Juvêncio não conseguiu ratificar o contrato de reforma do Morumbi por não ter reunido quórum mínimo em reunião para votação da iniciativa. O presidente precisaria de 177 conselheiros presentes – o estatuto exige 75% do conselho par abrir votação – e não conseguiu reunir tal número. Juvenal Juvêncio, no entanto, combate a versão que diz que a oposição barrou a votação e argumenta que os aliados de Kalil Rocha Abdalla – candidato – e Marco Aurélio Cunha não teriam força para tal representatividade.

Os conselheiros que integram as comissões de situação e oposição poderão analisar os contratos em qualquer horário no escritório Pinheiro Neto, sob acompanhamento de José Francisco Manssur e advogados da Lacan Investimentos, até o dia 31. A diretoria são-paulina quer ter o assunto resolvido no último dia deste mês, para abrir a segunda votação no conselho deliberativo na primeira quinzena de fevereiro.

Caso a nova fracasse novamente, o caminho será a tentativa de mudança estatutária para facilitar a aprovação do contrato no conselho.

As obras de modernização do Morumbi incluem a construção de uma cobertura para o estádio e de uma arena de eventos, para 28 mil pessoas, anexa ao estádio. No fim de novembro o São Paulo firmou contrato com a Andrade Gutierrez, construtora, e com outros parceiros. A XYZ Live, que vai operar a arena de shows no novo projeto, a Lacan Investimentos, que servirá como fundo, e a Multipark, responsável pelos estacionamentos, entraram no acordo. O projeto será financiado pelo BTG Pactual. O projeto será bancado por meio de investidores, que poderão explorar arena e estacionamentos durante 20 anos – o projeto prevê que receitas das duas origens, além da cessão do setor amarelo do estádio, compensarão os investidores.

Quando lançado, no fim de 2011, o projeto tinha custo estimado em R$ 300 milhões, e hoje prevê gastos de R$ 408 milhões – a Andrade Gutierrez pediu à Lacan Investimentos a captação de R$ 450 milhões, valor em que a obra esta contingenciada.

Anteriormente, a diretoria do São Paulo afirmou que não poderia mostrar o conteúdo completo do contrato por veto da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), na qual o fundo para a reforma foi protocolado. A CVM confirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que o modelo de contrato que envolve a criação de um fundo de investimentos não pode ser completamente exposto antes da aprovação, sob o risco de que o mercado possa ser influenciado pelas informações. Agora, no entanto, houve permissão para análise das comissões. 

*Atualizado às 14h18