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Com crise contratual, Cícero é vetado e vê Oswaldo clamar por sua renovação

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

17/01/2014 13h16

O técnico Oswaldo de Oliveira admitiu que o volante Cícero está em crise com a diretoria do Santos e, por isso, precisa resolver o problema contratual para permanecer no clube. O volante treinou normalmente na manhã desta sexta-feira, no CT Rei Pelé, mas foi vetado para o jogo contra o XV de Piracicaba, neste sábado, às 19h30 (de Brasília), na Vila Belmiro, pela primeira rodada do Campeonato Paulista.

Oswaldo confirmou que o atleta está fora do jogo por dois motivos: entrave contratual e dores no tornozelo esquerdo. “O Cícero não vai jogar, ele tem uma contusão no tornozelo e além disso uma situação indefinida para resolver”, afirmou Oswaldo de Oliveira.

“O meu ponto de vista é técnica, eu clamo pela permanência desse jogador, é o jogador que vi atuar melhor pelo Santos na última temporada, mas tem algo que não posso interferir. Do ponto de vista de motivação, isso eu converso com ele e tento fazê-lo permanecer. O Santos segue se ele não ficar, mas se ficar é muito melhor”, completou.

Cícero não treinou nos dois últimos dias no CT Rei Pelé e, inclusive, ficou de fora do jogo-treino contra o Juventus, que praticamente definiu o time titular que estreia no Paulistão. A assessoria de imprensa do clube informou que a ausência do atleta se devia a lesão no tornozelo. Oswaldo de Oliveira admite que está frustrado com a situação do meia.

"(Me inquieta) muito a situação porque o Cìcero foi o melhor do Santos na temporada passada e quando comecei a conversar com o Santos esse assunto não era nem ventilado. Era um jogador que eu contava com 100% de possibilidades e hoje vejo que não é assim", disse.

A diretoria do Santos "virou o jogo" em relação ao embate com o volante Cícero e seu empresário, Eduardo Uram. Após o atleta fazer exigências e pedir uma valorização contratual, o Comitê Gestor do clube reagiu e colocou o atleta na parede. Isso porque os dirigentes santistas já avisaram que não vão atender aos pedidos do jogador e, inclusive, exigiram o pagamento da multa rescisória para liberá-lo ao Shandong Luneng, time chinês que conta com Vágner Love e pretende levar o santista.

A multa rescisória de Cícero está avaliada em 6 milhões de euros (aproximadamente R$ 19 milhões). Como detém 50% dos direitos econômicos do volante, o Santos exige que o clube chinês e os representantes do atleta desembolsem os 3 milhões de euros (R$ 9 milhões) para liberar o jogador.

O empresário do volante, Eduardo Uram, ofereceu 2 milhões de euros (cerca de R$ 6 milhões) para tentar fechar o acordo, mas a diretoria está irredutível e só vai liberar Cícero caso receba os R$ 9 milhões.

No segundo semestre do ano passado, Cícero recebeu um reajuste de 25% no seu ordenado mensal após receber uma proposta do Internacional. No entanto, o atleta quer aumentar seus ganhos em mais R$ 50 mil. O jogador pertence ao empresário Eduardo Uram, mas está registrado no Tombense/MG. O agente é o responsável por tentar vender parte dos direitos e também estender o vínculo do atleta.

A compra dos direitos econômicos é exatamente o assunto que Cícero disse que ficou resolvido pela metade quando desabafou contra a diretoria alvinegra em entrevista coletiva no final do ano passado. Entretanto, o Santos não tem interesse na compra pelo fato do jogador ter 29 anos. O Comitê Gestor pretende gastar o montante com atletas de até 24 anos, que possam dar retorno de venda.