Topo

Shopping que vetou rolezinho pode ser decisivo para estádio do Palmeiras

Aviso na entrada do Shopping JK avisa que o rolezinho está proibido: local pode influenciar estádio alviverde - Bruno Poletti/Folhapress
Aviso na entrada do Shopping JK avisa que o rolezinho está proibido: local pode influenciar estádio alviverde Imagem: Bruno Poletti/Folhapress

Mauricio Duarte e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

26/01/2014 06h00

O Shopping JK Iguatemi, que recentemente se envolveu uma polêmica por fechar suas portas para evitar o “rolezinho” depois de conseguir uma liminar para impedir a entrada de adolescentes desacompanhados no local, pode ser determinante para o futuro do impasse envolvendo Palmeiras e a construtora WTorre sobre as obras do novo estádio do clube alviverde.

A WTorre está prestes a bater o martelo e vender sua participação de 50% no Shopping JK Iguatemi. O empreendimento custou cerca de R$ 320 milhões, num dos maiores investimentos do setor nos últimos anos, e o seu controle é dividido, em partes iguais, entre a WTorre e a Iguatemi Empresa de Shopping Centers, de Carlos Jereissati.

Segundo acordo entre os acionistas, a Iguatemi tem o direito de exercer a preferência na compra, mas a empresa ainda não confirma que fechou o negócio. Uma avaliação de mercado, segundo fontes ouvidas pela reportagem, indica que a venda de metade do empreendimento poderia render atualmente cerca de R$ 800 milhões à construtora.

O dinheiro prestes a entrar no caixa da construtora mudará a natureza da negociação com o Palmeiras. Sem pressa para recuperar o investimento feito no estádio, a WTorre não fará mais tanta pressão por um acordo rápido. A tendência, portanto, é de que a mediação entre as partes se arraste por mais tempo. Por outro lado, o fato pode ser bom para o clube, já que a empreiteira terá uma margem maior para ceder nas tratativas.

Clube e construtora estão atravessando uma mediação sobre pontos conflitantes no contrato da obra. É a última tentativa amigável antes de o caso ir para a arbitragem, que tem o mesmo valor de uma decisão do Poder Judiciário. Palmeiras e WTorre vivem um dilema em várias questões. A principal deles é no que se refere à divisão dos direitos de comercialização das cadeiras e da receita proveniente delas. Caso não haja um entendimento, a questão será levada para o conselho de arbitragem.

Enquanto a obra continua avançando, as atrações que devem fazer parte do complexo também seguem a todo vapor. Cerca de 70% dos camarotes já foram vendidos e até fevereiro deve ser feita uma coletiva para anunciar a empresa que cuidará do restaurante panorâmico do estádio.

Na praça de alimentação, pelo menos duas grandes empresas do ramo de comida já estão praticamente acertadas para ocupar o espaço. O UOL Esporte apurou que a rede de fast food Burger King e a sorveteria Dilleto. Outras ainda negociam. Ao menos mais 10 redes pretendem estar presentes. No entanto, ainda não foi totalmente definido se terá espaço para todos.

Recentemente, a WTorre finalizou a construção da estrutura que vai receber a cobertura da nova arena.  A cobertura do Allianz Parque possui 23 mil metros quadrados e foi projetada sobre 100% dos assentos. Segundo a construtora, a cobertura irá reduzir em até 2ºC a temperatura entre o nível do campo e as cadeiras superiores.

Além disso, a área terá a captação de água das chuvas, cumprindo uma função ambiental. A água captada será tratada e utilizada em atividades como a irrigação do gramado e lavagem de pisos externos. O volume coletado será espalhado pelo complexo, com capacidade de cerca de 200 mil litros.

A Arena deverá custar no total R$ 500 milhões, superando em R$ 200 milhões a conta inicial. Até o início deste ano, a conta já estava estimada em R$ 350 milhões. A previsão inicial de término da obra também não foi cumprida, já que o estádio deveria ter sido entregue no segundo semestre de 2013. Agora, está prevista para junho deste ano.

A seguradora Allianz pagou R$ 300 milhões para dar o nome ao estádio palmeirense por 20 anos. A tendência é que esse vínculo seja renovado por mais 10 anos, que é o prazo que a WTorre terá controle da casa alviverde. O estádio terá capacidade para até 45 mil torcedores em dias de jogos, e até 55 mil pessoas em eventos e shows.

Procurada pela reportagem para dar uma posição, a WTorre não se manifestou sobre o assunto. O Palmeiras, por sua vez, disse por meio de sua assessoria de imprensa que "a discussão com a WTorre está no nível da mediação e não será tratada no UOL".

Vídeo 3D detalha Nova Arena do Palmeiras