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Palmeiras começa 2014 tendo que se virar contra buracos nas finanças

Mauricio Duarte e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

29/01/2014 06h00

Depois de um 2013 conturbado financeiramente, o Palmeiras começou 2014 determinado a sanear as contas do clube. No ano do centenário, o presidente Paulo Nobre não escondeu que o principal objetivo é chegar ao fim da temporada com superávit – algo que não acontece desde 2006 no Palmeiras. Já no primeiro mês, entretanto, veio o primeiro problema: uma ação da justiça sobre a compra de Wesley, na gestão de Arnaldo Tirone, penhorou as receitas do contrato com a TV Globo em até cerca de R$ 21 milhões.

A penhora provocou bastante preocupação entre conselheiros do clube: o mesmo contrato com a emissora é o que garante um fundo, chamado FIDC, aprovado pelo alviverde para antecipar R$ 54 milhões, destinados principalmente ao pagamento de dívidas. O processo, porém, não deve atrapalhar a operação: o contrato do Palmeiras com a Globo vai até 2017, e envolve valores na casa dos R$ 70 milhões/ano – mesmo com a penhora judicial, é suficiente para garantir os R$ 54 milhões do fundo.

Ainda assim, o congelamento das receitas de direitos de transmissão tem um impacto significativo nos cofres alviverdes, e força Paulo Nobre a se virar para contornar a situação. O presidente consegue com bancos empréstimos em condições melhores do que o Palmeiras, e em 2013 foi avalista em algumas operações do tipo – segundo membros do Conselho de Orientação e Fiscalização do clube (COF), foram R$ 70 milhões, devidamente documentados e contabilizados.

Os mesmos cofistas ainda afirmam que parte da verba utilizada na contratação do atacante Leandro, do Grêmio, veio de empréstimos, ainda não contabilizados, e não descartam novas operações neste começo de ano. O mandatário palmeirense, entretanto, tem buscado outras alternativas para equilibrar as finanças.

Henrique e mensalidades

A venda de Henrique para o Napoli poderá ajudar a tapar o buraco deixado pela penhora dos valores da Globo – o jogador renderá ao Palmeiras entre R$ 10 e R$ 12 milhões, mas a saída do capitão revoltou oposicionistas.

Na última sexta-feira, o COF aprovou, a pedido da diretoria, aumento de 20% nas mensalidades de sócios do clube. Os valores já tinham sido aumentados no primeiro semestre do ano passado em 30% (o acumulado chega a 56%). Assim como a saída do zagueiro, a medida também gerou insatisfação, mas o clube social, há tempos, tem sido fonte de prejuízos: em 2013, o rombo foi de R$ 5 milhões.

Os associados cobram contrapartidas pelo aumento, na forma de melhorias nos serviços da sede social do clube. Elas devem acontecer, já que parte dos R$ 54 milhões do FIDC terá este destino. Outra parcela, de cerca de R$ 20 milhões, será utilizada para ressarcir os empréstimos tomados pelo presidente.

Em 2013, o prejuízo do Palmeiras foi em torno dos R$ 20 milhões. Para 2014, o objetivo é ousado: fechar no positivo, com quantia em caixa próxima dos mesmos R$ 20 milhões. O fechamento de um patrocínio máster é uma das prioridades para o clube, que espera arrecadar R$ 220 milhões.

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