Topo

Gobbi promete fazer sua parte, mas diz: Punir é responsabilidade da polícia

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

03/02/2014 11h31

O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, fez um pronunciamento em tom de desabafo em entrevista coletiva. Ele acredita que o clube não tem culpa alguma pelo ato hostil dos seus torcedores no último sábado no CT Joaquim Grava e culpou a ‘falência múltipla da República Federativa do Brasil’.

"Isso não é função minha, não tenho que fiscalizar se torcida a ou b brigou, jogou pilha no campo. Há uma inversão de valores total, estão cometendo uma violência de punir clubes por ação de torcedores, como se o clube pudesse escolher quem pode torcer para ele, e controlar o que eles fazem. Isso é a falência múltipla da República Federativa do Brasil. Acordem, isso não é função do Corinthians", desabafou Gobbi.

"As torcidas são associações legalmente constituídas, e tem uma lei que regula a fiscalização delas, e não é o Corinthians que fiscaliza se elas podem ou não podem atuar. Vocês precisam cobrar de quem tem o poder de ver, atuar e fiscalizar as torcidas".

Gobbi não comparou o caso do Corinthians ao do Cruzeiro, cujo presidente declarou guerra contra as torcidas organizadas, que fizeram o clube perder mandos de campo no Brasileirão passado por brigarem entre si.

"Eu acho que cada clube, cada caso, é um caso. Eu não tenho relação, a diretoria do Corinthians, esta gestão, não possui relação com organizadas. O máximo que fizemos, não mais que duas vezes, foi dialogar com as lideranças sobre questões que eles queriam saber. Até aí é o limite da civilização. Passou daí, não tem mais absolutamente nada".

Um grupo de mais de cem torcedores revoltados invadiu o CT Joaquim Grava e fez o Corinthians viver um dia de pânico no último sábado. Durante mais de três horas, o elenco ficou trancafiado no vestiário com acesso restrito a comida e bebida. O atacante peruano Paolo Guerrero demorou a entrar na sala com os companheiros e chegou a ser agredido pelos vândalos. Depois de horas de muita pressão e violência, funcionários, jogadores e dirigentes do clube saíram com a sensação de que nunca tinham visto algo parecido com o ocorrido.