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Invasão no Corinthians faz Bom Senso mudar reunião e rever veto a greve

Guilherme Costa e Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

03/02/2014 06h00

A invasão de torcedores ao centro de treinamentos do Corinthians, no último sábado, já motivou uma revisão nos planos do Bom Senso FC. A proporção dessa mudança ainda é incerta, mas já existem ao menos dois fatos concretos: o grupo de atletas vai alterar a data e a pauta da próxima reunião, que deve servir para os jogadores debaterem a possibilidade de uma greve já nos Estaduais.

Anteriormente, o Bom Senso FC havia vetado qualquer possibilidade de greve nos Estaduais. O grupo tinha decidido postergar o protesto para não prejudicar as equipes menores, que têm calendário mais enxuto e dependem mais das competições regionais.

Depois da confusão de sábado, o Bom Senso FC já cogita até uma revisão nessa ideia. O assunto será debatido pelos jogadores na próxima reunião do grupo, que foi antecipada para esta semana.

A data da reunião ainda não foi definida porque o grupo precisa conciliar agendas dos jogadores, mas é certo que o encontro será antecipado. Anteriormente, o evento estava agendado para o dia 10 de fevereiro.

O zagueiro Paulo André, capitão do Corinthians e um dos líderes do Bom Senso FC, já defendeu a realização de um protesto no fim de semana. Os jogadores da equipe do Parque São Jorge chegaram a discutir a possibilidade de não entrarem em campo para enfrentar a Ponte Preta, mas foram demovidos pela diretoria.

A revolta dos jogadores refere-se ao incidente registrado no sábado, quando um grupo de torcedores invadiu o centro de treinamentos do Corinthians. Munidos de facas e pedaços de pau, eles foram cobrar os jogadores alvinegros por causa da derrota por 5 a 1 para o Santos em clássico realizado na quarta-feira.

O grupo de torcedores cortou cercas e pulou muros para entrar no CT. Quando isso aconteceu, quase todos os jogadores ainda estavam nos vestiários. Os vândalos foram atrás dos atletas e chegaram a hostilizar e agredir o centroavante peruano Paolo Guerrero. O elenco ficou trancado por quase três horas, sem acesso a comida ou água, e precisou fazer uma barricada com armários para evitar uma invasão.

Depois do incidente, Guerrero chegou a dizer que não enfrentaria a Ponte Preta no domingo. O elenco do Corinthians discutiu a possibilidade de fazer um protesto e não entrar em campo. Paulo André defendeu essa ideia.

A diretoria do Corinthians procurou a FPF (Federação Paulista de Futebol) para fazer uma consulta informal sobre a chance de adiar o jogo. Em nota oficial emitida no domingo, contudo, o clube disse que a entidade e a TV Globo, que exibiria a partida ao vivo, vetaram uma mudança na data.