SP ainda não conhece o sucessor de Juvenal. Mas ele será parceiro da CBF
O São Paulo estará a partir da segunda quinzena de abril mais próximo da cúpula que hoje chefia a CBF e a Federação Paulista de Futebol, e que deverá permanecer no comando do futebol brasileiro nos próximos anos. O fim do mandato de Juvenal Juvêncio fará surgir um novo presidente – seja o situacionista Carlos Miguel Aidar ou o oposicionista Kalil Rocha Abdalla – que dará apoio ao atual governo da CBF, e que não simpatiza com a atual ala de oposição da entidade, liderada por Francisco Novelletto, presidente da Federação de Futebol do Rio Grande do Sul.
Apesar do próximo presidente são-paulino apoiar Del Nero, provavelmente será de Juvenal Juvêncio, ainda, o voto que representará o São Paulo na próxima eleição – ou aclamação, se Novelletto não conseguir registrar chapa – da CBF. Segundo informações obtidas pelos cartolas tricolores, o pleito da entidade máxima do futebol brasileiro deverá acontecer em 16 de abril. Esta é a mesma data em que Juvenal deseja fazer a eleição são-paulina, apesar de negar a informação. No São Paulo, a eleição deve acontecer entre 15 e 30 de abril. Juvenal chegou a se aproximar do ex-presidente corintiano Andrés Sanchez, que apoia Novelletto, não declara voto a Del Nero devido ao afastamento entre as partes nos últimos anos, e por enquanto não fala em quem votará.
O candidato do próprio Juvenal Juvêncio à sucessão, no entanto, não tem medo de divulgar em quem votaria. Outrora principal responsável pela criação do Clube dos 13 e pela dissolução do domínio da CBF sobre o futebol brasileiro, Carlos Miguel Aidar hoje declara apoio a Marco Polo Del Nero. Aidar, que é advogado, diz que a escolha não tem a ver com o fato de que seu escritório representa a CBF na defesa para manter a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que rebaixou a Portuguesa do Brasileirão pela punição no caso da escalação irregular do meia Héverton.
Do outro lado, Kalil Rocha Abdalla não declara com todas as letras o apoio a Del Nero, mas demonstra toda a simpatia possível. O candidato de oposição do São Paulo conheceu o atual vice-presidente da CBF na década de 70. Eles foram próximos quando Abdalla era juiz do TJD e Del Nero prestava serviços como advogado ao Palmeiras. Kalil Rocha Abdalla diz que irá se informar sobre a ala de oposição da CBF, liderada por Novelletto, mas não se entusiasma.
Nas cartilhas de campanha dos dois candidatos à presidência do São Paulo está a reaproximação com entidades, principalmente à CBF e à FPF. A diferença está no discurso: Aidar afirma que Juvenal foi um dos grandes responsáveis pela queda de Ricardo Teixeira, e que isso justificou o afastamento. Abdalla fala em brigas desnecessárias e lembra que as desavenças se intensificaram depois de o presidente são-paulino não ter conseguido colocar o Morumbi como estádio para a Copa do Mundo de 2014.
A história que deixou o Morumbi fora da Copa de 2014 ilustra as desavenças do São Paulo com as principais entidades. O ex-governador José Serra propôs que o torneio tivesse abertura na capital paulista e final do Rio de Janeiro. A partir de então, Juvenal Juvêncio e Ricardo Teixeira iniciaram uma aproximação depois de mais de duas décadas de atritos entre clube e CBF.
As ressalvas apareceram enquanto Fifa e CBF negociavam com o São Paulo e delimitavam qual teria de ser a reforma para que o Morumbi se tornasse uma das principais arenas do evento. O clube conseguiu garantias financeiras para apresentar um projeto de reforma avaliado em R$ 265 milhões, que não atendia a todas as exigências da Fifa. O projeto orçado pela entidade previa gastos de R$ 630 milhões, que não poderia ser avalizado pelo São Paulo. Como o governo do estado não falava em investimentos públicos em estádios até então, não houve acordo e o Morumbi foi retirado da lista de sedes da Copa.
Durante esse processo, quando já havia desacordo de valores entre São Paulo e Fifa, houve a negociação dos novos direitos de transmissão televisiva para os clubes e Juvenal Juvêncio tomou decisão que irritou a CBF: ficou ao lado do presidente gremista e líder do Clube dos 13 Fábio Koff, lutou contra a dissolução da entidade. Na contramão, Andrés Sanchez liderou a ruptura e se aproximou de Ricardo Teixeira. Mais tarde, o Corinthians conseguiu viabilizar projeto em Itaquera para erguer o estádio que abrigaria a abertura da Copa. Andrés, depois, tornou-se diretor de seleções da CBF.
Agora, um novo processo de reaproximação começará. Seja pelas mãos de Carlos Miguel Aidar ou de Kalil Rocha Abdalla, o objetivo será reparar relações com as principais entidades do futebol. Antes de eleger o presidente do clube, os sócios elegem 80 novos conselheiros na primeira quinzena de abril. Estes se juntarão aos 160 conselheiros vitalícios no conselho deliberativo, para dias depois, escolherem o sucessor de Juvenal Juvêncio.
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