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Ex-craque paraguaio vende pães após tragédia fora dos campos

Do UOL, em São Paulo

09/02/2014 17h25

Há pouco mais de quatro anos, o paraguaio Salvador Cabanãs levou um tiro na cabeça em uma boate na Cidade do México e viu sua carreira como jogador de futebol ser interrompida tragicamente. Hoje com 33 anos, ele ajuda seus pais na padaria da família, no Paraguai, continua treinando e pode se tornar comentarista esportivo na televisão.

Atualmente acorda às quatro da manhã para distribuir o pão que será entregue aos clientes de seus pais, Dionisio e Basilia Cabanãs. “Distribuímos pães nos arredores de Itaguá. Gosto do trabalho. As pessoas me reconhecem e perguntam, sobre futebol claro. Digo a eles que me divirto muito”, afirmou Cabanãs à agência AFP.

Cabanãs estuda propostas de emissoras de TV paraguaias e do exterior. Se lembra também do apelido que os brasileiros deram a ele: “Nunca vou esquecer como eles me chamavam, de gordinho”. Quando atuava pelo América do México, ele foi carrasco de Santos e Flamengo na Libertadores de 2008. 

Antes do tiro, Cabanãs diz que tinha firmado um pré-contrato com uma equipe europeia. “Me disseram que o destino seria o Manchester United. O América me segurou. Me deu um apartamento em Acapulco e outro em Cancún. Dobraram meu salário”, lembrou o ex-jogador.

Segundo Cabañas, sua ex-mulher ficou com uma mansão em Assunção, avaliada em quase R$ 12 milhões, e também levou os seus bens. O pai de Cabanãs diz que o filho é vítima do autor do tiro, da ex-mulher, do próprio advogado e do ex-representante. “Levaram tudo o que ganhou com seu próprio esforço. É muito injusto e não posso esconder o que estão fazendo”, disse Dionisio.

Depois do acidente, o ex-atacante passou por equipes de menor expressão do futebol paraguaio, como 12 de Octubre e General Caballero.

Durante o período em que esteve internado em tratamento intensivo após o tiro, o ex-jogador paraguaio chegou a sonhar que sua vida estava suspensa por um fio. Sobre a sequela do tiro, Dionisio afirma que o filho ainda tem dificuldades para enxergar, especialmente no olho esquerdo. Apesar das dificuldades, Cabañas mostra otimismo no futuro. “Bom estou aqui tentando me recuperar. Vou ter sucesso”, finalizou.